O vereador Rubinho Nunes conseguiu o apoio necessário para iniciar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs. A investigação tem como objetivo principal examinar entidades que oferecem suporte à população vulnerável da Cracolândia, inclusive dependentes químicos.
Entretanto, a principal figura sob escrutínio é o Padre Júlio Lancelotti, da Paróquia São Miguel Arcanjo. Além dele, o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar), ligado à Igreja Católica, e o Craco Resiste, um movimento social que luta contra a violência policial na região, também estão sob suspeita.
No pedido para a CPI, feito em novembro last year, o vereador Rubinho Nunes questiona a legitimidade destas entidades, argumentando que as ONGs não estão livres de fiscalização e que em algumas circunstâncias elas podem estar envolvidas em práticas éticas questionáveis.
O Padre Júlio Lancelotti, no entanto, se defendeu. Embora reconhecendo a legitimidade da CPI como um instrumento de investigação do Legislativo, o padre insistiu que não tem nenhuma associação com qualquer ONG. Ele explicou que a sua participação na pastoral de rua é uma ação da Arquidiocese de São Paulo, e não de uma ONG.
Ele defendeu que é o poder público e as ONGs que fazem parcerias com eles que devem ser investigados. Para que a CPI das ONGs possa acontecer, ainda são necessárias mais 4 assinaturas e a aprovação do plenário da Câmara, cujo recesso termina em fevereiro.
Políticos e líderes se manifestaram contra a CPI, vendo uma motivação política por trás do ataque ao Padre Lancelotti. O deputado federal Pastor Henrique Vieira do PSOL e a deputada federal Erika Hilton também do PSOL protestaram contra a perseguição ao Padre Julio e as organizações que fazem um trabalho exemplar na assistência à população em situação de rua.
O deputado Marcelo Freixo, atualmente presidente da Embratur, criticou a Câmara Municipal de São Paulo, considerando que este é um triste episódio de perseguição àqueles que dedicam suas vidas ao bem da cidade.
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