O resultado da perícia solicitada pela imprensa ao professor Mário Gazziro é enfático ao afirmar que o vídeo, o qual acusa o Padre Júlio Lancellotti de pedofilia, é falso. 'As evidências indicam que os vídeos e montagens NÃO PERTENCEM AO SUPOSTO ACUSADO, Padre Júlio Renato Lancellotti, após constatação de montagens sobre vídeos para simular vídeo-chamadas', afirma o laudo pericial.
Além de confirmar a falsidade do vídeo, Gazziro desmantela um laudo de 2020 apresentado pelo bolsonarista Rafael Moreno, que divulgou as imagens na época em que o fundador do MBL, Rubinho Nunes, tentava conduzir uma CPI contra o trabalho do padre junto aos necessitados do centro de São Paulo.
Segundo o perito, o responsável pelo laudo de 2020 cometeu erros básicos, como analisar um vídeo gravado da tela de um celular, o que pode ter sido feito para evitar a detecção de rastro digital. 'Ele não periciou o material original. Seria o mesmo que em um tribunal não chamar uma testemunha ocular, e sim um terceiro, que ouviu a história de uma outra pessoa', explica Gazziro.
Após a análise do laudo anterior, ele conclui que o documento não revela a origem do vídeo nem quem foi o responsável por solicitar o trabalho. Gazziro indica ainda a possibilidade de uso de deep fake na edição do vídeo. 'Usando o ano de 2020 como base, procuramos por ferramentas de criação de deepfakes dessa mesma época, e encontramos a DeepFaceLab, uma ferramenta que iniciou em 2018 mas se tornou bastante madura e estável no ano de 2020, a qual poderia eventualmente ter sido utilizada para forjar a aparência do Padre Júlio Renato Lancellotti sob os vídeos em questão', afirma o laudo.
Segundo Gazziro, a manipulação do vídeo para acusar o padre Júlio de pedofilia é um crime. 'Rafael Moreno, incorreu no crime de provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de notícia-crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado, com pena de detenção, de um a seis meses, ou multa', conclui o laudo.
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