Na última quinta-feira, a Polícia Federal realizou uma operação para investigar os atos antidemocráticos de oito de Janeiro, tendo como um de seus alvos o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ). É relevante lembrar que Jordy, em Dezembro de 2017, enquanto vereador, participou de uma homenagem a um líder integralista na Câmara Municipal de Niterói.
A homenagem da época foi concedida a Gumercindo Rocha Dórea e à sua Editora GRD, sendo proposta por Guilherme Jorge Figueira, ex-presidente da Frente Integralista Brasileira (FIB) nos anos 2000. Segundo o livro 'Fascismo em camisas verdes', Jordy discursou na ocasião destacando a importância do movimento integralista para o país.
Gumercindo Rocha Dórea, aos 93 anos na época, não conseguiu comparecer à premiação, sendo representado por Breno Zarranz, da Associação Cívico Cultural Arcy Lopes Estrella (Accalle). Depois da cerimônia, Zarranz foi fotografado ao lado de Jordy, do deputado estadual da época, Flávio Bolsonaro, e de Rodrigo Amorim, conhecido por quebrar uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco.
De acordo com o livro 'Fascismo em camisas verdes', a Accalle se propõe a 'propor ideias, novos líderes e relações com outros grupos de extrema-direita brasileira'. Eduardo Fauzi, antigo presidente da FIB no Rio de Janeiro, é hoje acusado de orquestrar um atentado contra a produtora Porta dos Fundos em Dezembro de 2019, e foi extraditado para o Brasil em 2022.
Vale lembrar que o integralismo, fundado por Plínio Salgado, foi a versão brasileira do fascismo, inspirado principalmente nas ideias de Benito Mussolini, líder do Partido Nacional Fascista da Itália durante a Segunda Guerra Mundial.
Jordy acabou se tornando um dos alvos da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, da PF, que cumpriu mandados de busca e apreensão em sua casa, em Niterói, e em seu gabinete na Câmara dos Deputados, buscando identificar pessoas que planejaram, financiaram e incitaram atos antidemocráticos no interior do estado do Rio de Janeiro.
Entretanto, Jordy, aliado de Jair Bolsonaro, classificou a ação judicial como uma 'medida autoritária' em suas redes sociais.
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