O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, indignado com as suspeitas de conluio entre a atual gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e os suspeitos de uso indevido de um esquema de monitoramento, decidiu agir. Lula, que demonstra regularmente sua desconfiança na infraestrutura de inteligência do governo desde sua volta ao Palácio do Planalto, exonerou o diretor da estrutura, Alessandro Moretti, juntamente com quatro chefes de departamento.
A exoneração foi oficialmente publicada nesta terça-feira. Marco Cepik, que é atualmente o diretor da Escola de Inteligência da Abin e homem de confiança do diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, foi escolhido para substituir Moretti. É digno de nota que Cepik é visto como um dos principais pesquisadores de inteligência no Brasil e já publicou vários livros sobre o assunto.
Em adição a essas exonerações, Lula também nomeou sete novos diretores para liderar os departamentos internos da agência e outras áreas com vagas abertas. Esses novos diretores, cujos nomes não foram divulgados, são servidores da própria Abin. Esta foi a segunda remodelação na liderança da Abin durante a investigação em curso. Em outubro do ano passado, foi exonerado Paulo Maurício Fortunato, então terceiro na linha de comando da agência de inteligência.
Os atos antidemocráticos de 8 de janeiro do ano passado apenas intensificaram a desconfiança que Lula tem dos órgãos de inteligência do governo. O general Gonçalves Dias, nomeado por Lula para ser o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, foi destituído depois que câmeras de segurança o flagraram entre os golpistas sem esboçar reação. Ricardo Cappelli, interino no comando do GSI, prontamente respondeu com uma devassa no órgão, o que levou à exoneração de 87 servidores, inclusive de três secretários nacionais.
As ações de Lula mostram seu comprometimento com a manutenção da integridade do governo e seu posicionamento firme contra práticas corruptas. À medida que as investigações sobre o aparelhamento político da agência de inteligência avançam, é certo que o presidente atuará em conformidade para garantir justiça e responsabilização de todos os envolvidos.
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