Gleisi Hoffmann (PT-PR), deputada federal e atual presidente do PT, declarou em uma postagem em suas redes sociais na quarta-feira (24) que Nikolas Ferreira (PL-MG) será responsabilizado por tentar vincular o PT ao caso Marielle. Segundo Gleisi, o parlamentar sugeriu que o suposto mandante do crime, Domingos Brazão, é membro do PT, uma informação errônea já que Brazão foi deputado estadual pelo PMDB (agora MDB) por três mandatos no Rio de Janeiro.
Na última terça (23), foi publicado no site The Intercept o relato de Ronnie Lessa, ex-policial militar, que indicou Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE), como um dos prováveis mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol), ocorrido em 2018. Lessa teria compartilhado o fato com a Polícia Federal durante um acordo de delação premiada. No entanto, a Polícia Federal, insatisfeita com os vazamentos, não confirmou essa versão.
Posteriormente à essa notícia, uma foto de 2010 onde Brazão aparece junto ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha ganhou grande compartilhamento nas redes. Na foto, ambos usam um adesivo que diz 'Dilma 13' mostrando apoio à primeira candidatura da ex-presidente. Brazão, na época, participava do PMDB, partido que apoiou Dilma. Contudo, não foram comprovados laços entre qualquer partido e o crime contra a vereadora, de acordo com as investigações feitas.
Nikolas Ferreira, em uma postagem no X, antiga plataforma Twitter, argumentou que se Brazão, que já esteve ao lado da figura do PT e participou de campanhas junto ao vice-presidente do partido, Washington Quaquá, não pode ser chamado de petista, então Bolsonaro tampouco deveria ter sido acusado de ser o mandante do crime contra Marielle durante todos esses anos.
Gleisi Hoffmann revidou a alegação de Nikolas, explicitando que Brazão, em 2018, deu seu apoio à Jair Bolsonaro. Gleisi enfatizou a precipitação de 'a turma do Bolsonaro' em propagar inverdades contra o PT antes do acordo de delação de Ronnie Lessa ser validado pela justiça.
A reportagem buscou contato com a assessoria de Nikolas Ferreira para que o deputado pudesse se posicionar sobre as acusações, mas até o momento não houve resposta.
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