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Software israelense usado pela Abin de Bolsonaro para invadir a maior rede de telefonia do Brasil

A Polícia Federal revelou que chegou à essa descoberta analisando e-mails de servidores do governo Bolsonaro. A operadora afetada ainda mantém silêncio.

O escândalo de espionagem promovido pela Abin de Bolsonaro continua em plena investigação pela Polícia Federal. A entidade monitorou mais de 30 mil cidadãos brasileiros que eram contrários ao governo Bolsonaro, mantendo seus dados armazenados em servidores israelenses. Durante um levantamento de informações, ficou aparente que estas pessoas poderiam ser rastreadas a qualquer momento, destacando a suspeita de uso ilegal do software FirstMile.

A descoberta foi obtida através de diversos e-mails trocados entre servidores da Abin de Bolsonaro, que estão sendo investigados na Operação Última Milha. Um e-mail de janeiro de 2020 afirmava estar pesquisando formas de invadir a operadora de telefonia Tim. O e-mail foi trocado entre uma funcionária da Cognyte, empresa que fornece o software FirstMile, e um servidor da Abin.

A Polícia Federal aponta que o servidor tinha conhecimento completo acerca do caráter intrusivo da ferramenta utilizada e mostrava preocupação pelo fato de a empresa fornecedora ter perdido a eficácia em relação à operadora Tim. As investigações atuais revelaram que a Abin de Bolsonaro estava grampeando tanto os dados digitais das pessoas monitoradas, quanto os sinais de sua telefonia, permitindo que qualquer um dos 30 mil opositores monitorados fosse encontrado, fisicamente, a qualquer momento.

A investigação aponta como objetivo principal da quadrilha bolsonarista obter informações a respeito dos aparelhos, incluindo os dados de localização, sem a necessidade de autorização judicial. A PF ressalta que a capacidade do software em invadir redes de telefonia do FirstMile é de conhecimento público e bastava um operador digitar um número de celular para iniciar o monitoramento.

No último dia 20 de outubro, a PF prendeu dois ex-agentes da Abin de Bolsonaro por espionagem, utilizando o sistema de geolocalização como meio de coerção indireta para evitar a demissão. Outros cinco agentes da Abin foram afastados de suas funções. Eles atuaram sob o comando do atual deputado Alexandre Ramagem durante o governo Bolsonaro.

De acordo com as investigações, o sistema de geolocalização utilizado pela Abin é um software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira. A rede de telefonia teria sido invadida várias vezes, com a utilização do serviço contratado com recursos públicos.

Além disso, a operação da PF revelou que a Abin também invadiu massivamente computadores de adversários políticos e de autoridades alinhadas à Bolsonaro. Esta ação ilegal era executada sem qualquer fundamento legal, infectando computadores por meio de mensagens fraudulentas via e-mail ou pen-drives.

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