BRASIL CORRUPÇÃO DESTAQUES POLÍTICA STF

URGENTE: Suposta fraude em delação leva STF a iniciar investigação contra Moro

O Supremo Tribunal Federal (STF) abre uma investigação contra Sérgio Moro, ex-juiz e atual senador, e outros procuradores referente a um acordo de delação premiada que pode ter sido o ponto de partida da Operação Lava Jato. A decisão foi tomada após solicitações da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República.

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, deu luz verde para a instauração de um inquérito contra o senador Sérgio Moro e outros procuradores que estavam envolvidos na delação premiada que se acredita ter sido a semente da Lava Jato. As autoridades estão a examinar as denúncias levadas ao STF por Tony Garcia, um ex-deputado estadual do Paraná que foi uma personalidade proeminente na política local no início dos anos 2000.

Tony Garcia fechou um acordo de delação premiada com Moro quando este último ainda estava à frente da 13ª vara federal. O acordo estipulava que Garcia atuaria como uma espécie de interceptação ambulante para colher evidências contra membros do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas do Estado, bem como outras autoridades com foro privilegiado que não se encontravam sob a jurisdição da justiça federal.

Os detalhes deste acordo foram mantidos em segredo na 13ª vara de Curitiba por quase duas décadas e só veio à luz no STF quando o juiz Eduardo Appio tomou conhecimento de seu conteúdo. Dentro dos autos, é possível ver que Moro próprio dava instruções ao então réu por telefone referente ao caso.

Contudo, Moro nega veementemente qualquer irregularidade e alega que, naquela época, a delação premiada não possuía a mesma regulamentação jurídica atual. O senador também se defende alegando que nunca obteve uma gravação de membros do Judiciário.

A PF e a PGR conduziram uma investigação e entrevistaram Tony Garcia três vezes via videoconferência no STF. Todos os autos do processo foram entregues à PF. De acordo com a PF, as evidências sugerem que a delação premiada foi usada como um mecanismo de chantagem e manipulação de provas. As autoridades agora buscam aprofundar a investigação para determinar se houve crimes de concussão, fraude processual, coação, lavagem de dinheiro, e atividades de uma organização criminosa.

A PF e a PGR especificamente solicitaram que Moro, sua esposa, Rosângela Moro, e os procuradores envolvidos no acordo com Tony e na Lava Jato fossem investigados. A solicitação foi aceita por Toffoli no dia 19 de dezembro e a decisão continua sob sigilo.

Deixe um Comentário!

Para comentar, faça Login, clicando aqui.