O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, descreveu em decisão judicial recente um 'núcleo político' da organização criminosa na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Nessa estrutura, Carlos Bolsonaro e seus assistentes aparecem como membros fundamentais.
A novidade reforça informações divulgadas pela imprensa sobre a saída repentina de Jair Bolsonaro e seus três filhos de sua residência em Angra dos Reis no momento em que a Polícia Federal foi executar os mandados de busca e apreensão. É provável que eles tenham sido alertados sobre a ação policial pelo grupo criminoso associado à 'Abin paralela'.
Moraes detalhou como a Polícia Federal chegou à conclusão sobre a existência do 'núcleo político', citando o monitoramento do servidor do Ibama, Hugo Ferreira Netto Loss, feito com objetivos políticos. O trabalho de Hugo, de combate a crimes ambientais, estaria incomodando a família Bolsonaro.
Ao relatar o caso, Moraes expõe a estratégia criminosa identificada na Abin de realizar uma 'contrainteligência' de Estado. Os inquéritos relacionados se reportam às eleições municipais de 2020, quando Carlos Bolsonaro foi reeleito vereador do Rio de Janeiro. Nesse sentido, a mensagem de uma assessora de Carlos Bolsonaro dirigida ao delegado Ramagem com um pedido de 'ajuda' sobre os inquéritos é mencionada.
Moraes ordenou a apreensão de documentos, computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos dos envolvidos e solicitou um relatório parcial à Polícia Federal sobre os materiais coletados em até 30 dias. Novos núcleos ou integrantes ainda podem ser descobertos no decorrer da análise da documentação apreendida.
Em resposta às acusações, Jair Bolsonaro negou em entrevista à CNN Brasil a existência de uma 'Abin paralela' e afirmou que seu filho Carlos prestaria depoimento em breve.
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