O medicamento cloroquina, originalmente usado no tratamento da malária, quando utilizado para combater o novo coronavírus, causou um aumento significativo na taxa de mortalidade mundial. É o que revela um estudo conduzido por pesquisadores de Lyon, na França, e do Canadá, e publicado terça-feira (02) na revista Biomédicine et Pharmacotherapy. A pesquisa estima que, em apenas sete países, cerca de 16.990 pessoas faleceram como resultado do uso da cloroquina durante a primeira onda da pandemia de Covid-19.
O estudo não levou em consideração os dados disponíveis de dois dos países que acumulam o maior número de mortes causadas pela Covid-19: Brasil, com aproximadamente 630 mil vítimas fatais, e Índia, que registrou perto de 500 mil mortes pela doença.
Os autores do estudo alertam: 'Esses números provavelmente representam apenas a ponta do iceberg', ressaltando que a quantidade de mortes mundialmente relacionadas ao uso do medicamento pode ser muito maior do que o apresentado.
Os estudos, realizados entre março e julho de 2020, buscaram investigar o crescimento na taxa de mortalidade de pacientes que receberam tratamento com cloroquina. Para realizar a análise, foi levado em consideração o total de pacientes hospitalizados com Covid-19, a respectiva taxa de mortalidade desses pacientes e a frequência com que o medicamento foi prescrito.
A necessidade deste estudo surgiu após a divulgação de dados na revista Nature, em 2021, que indicavam um acréscimo de 11% na taxa de mortalidade associado à prescrição de cloroquina.
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