O advogado do padre Júlio Lancelotti, Luiz Eduardo Greenhalgh, expressou um sentimento de alívio com a última atualização do caso. O polêmico vídeo, posto em xeque pelo perito Mário Gazziro, que supostamente apresenta imagens do sacerdote, foi finalmente conduzido à Arquidiocese de São Paulo e ao Ministério Público Estadual.
Greenhalgh defendeu a legitimidade do Ministério Público como a instituição adequada para lidar com o incidente, livre de interferências políticas, contrapondo-se à CPI das ONGs e o cenário legislativo municipal. Ele também apontou a suposta manipulação por trás do vídeo.
Na última segunda-feira (22), o material controverso foi enviado para ambas as entidades pelo presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite, conforme relatado pelo Painel, na Folha.
O vereador bolsonarista, Rubinho Nunes, do partido União Brasil, foi quem adquiriu o vídeo. Nunes também solicitou a abertura de uma CPI para investigar as ONGs atuantes na cracolândia, com o padre Júlio sendo o principal alvo.
O conteúdo do vídeo, cuja autenticidade foi questionada, mostra um homem se masturbando. No começo do mês, a Arquidiocese expressou seu espanto com a possibilidade de uma investigação contra o pároco na Câmara Municipal.
O arcebispo metropolitano, cardeal dom Odilo Scherer, enviou um ofício a Leite no dia 16 de janeiro, pedindo que as 'denúncias de extrema gravidade', mencionadas pelo vereador em uma entrevista para a coluna Mônica Bergamo, fossem encaminhadas.
O perito Mário Gazziro, em um vídeo react, analisou detalhadamente um segundo vídeo encomendado pela revista de extrema-direita Oeste, produzido com o intuito de criminalizar o padre. A análise de Gazziro, inicialmente, focou na divisão frame a frame que o escritório de Nunes assumiu ter feito.
Gazziro apontou que essa prática, embora comum, não é eficaz para identificar falsificações de vídeo. 'Nós cientistas estamos lutando para desenvolver ferramentas que permitam detectar deepfakes. Recorremos a programas de inteligência artificial poderosos para discernir se um vídeo é falsificado ou não, porque somente os seres humanos não são capazes', declarou.
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