Em uma gravação que vazou recentemente, o deputado federal Zé Trovão (PL-SC), um conhecido militante da 'ala ideológica' bolsonarista, critica Jair Bolsonaro (PL) e o chamou de 'o maior erro da política'. A gravação, feita sem que Trovão soubesse durante uma conversa com aliados, foi revelada pelo jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles.
Zé Trovão, que é investigado por suposta participação em atos antidemocráticos no dia 8 de janeiro de 2023, coloca a culpa em Bolsonaro por 'entregar' a Presidência ao Lula em 2022 no áudio.
A abordagem agressiva de Bolsonaro é criticada pelo deputado bolsonarista, que alega que ele 'quer resolver tudo com gritos e guerra'. Fontes apontam que a conversa aconteceu três meses após a última eleição presidencial.
No mesmo áudio, Trovão desabafa sobre seu assessor, Jackson Schubert, que aparentemente discorda das críticas do deputado a outros políticos de seu espectro. Trovão explica a Schubert que 'é necessário ter mais maturidade e equilíbrio para lidar com as coisas'.
Logo depois, Trovão desfere suas críticas a Bolsonaro, afirmando: 'Jackson, a política é assim, não se resolve tudo gritando e fazendo guerra. Eu não sou Bolsonaro, que é o maior erro da política. Ele entregou a Presidência da República ao Lula, por agir assim'.
Após a divulgação do áudio Trovão veio a público e reiterou suas críticas: 'já disse que discordo de muitas coisas do Bolsonaro. Mas não faz sentido eu dizer que ele é um erro. Bolsonaro é, sim, o maior exemplo, não um erro. Em alguns momentos, ele não fez o que devia por medo de desagradar o povo. Eu devo tudo o que tenho a Bolsonaro', afirmou Trovão.
Ele ainda acrescentou: 'Essa parte do áudio ['Bolsonaro é o maior erro'] está estranha para mim. Nunca disse que ele era um mau exemplo para ninguém. Eu disse que ele cometeu erros. Discordo de algumas coisas que ele fez, mas concordo com 99% do que ele fez. Jamais diria que Bolsonaro é um mau exemplo. Mau exemplo são os bandidos, corruptos e criminosos. Ele nunca foi nada disso'.
Concluindo sua defesa Trovão afirmou que Bolsonaro não entregou a eleição para Lula. 'O cara [atual presidente] teve mais de 60 milhões de votos e não pode sair na rua... Como não podemos questionar mais nada no país, temos que aceitar a eleição. Infelizmente, perdemos a eleição', finalizou o deputado.
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