O recém-reeleito presidente de El Salvador, Nayib Bukele, e queridinho da extrema direita da América Latina, autodeclarou-se vencedor nas últimas eleições com apenas 30% dos votos apurados. Ele lidera com larga vantagem, tendo conquistado 83% da votação em comparação com os 7% alcançados pelo segundo colocado, Manuel Flores, que é da frente Faribundo Martínez de Libertação Nacional, um grupo de centro-esquerda.
Durante seu discurso de vitória, Bukele teceu comentários infundados contra o presidente Lula, um sinal comum de uma teoria da conspiração. Em suas próprias palavras: 'Conversei duas vezes com o presidente Lula, mas ele jamais me mencionou o tema segurança. Imagino que ele tenha sua forma de abordar e lidar com essa situação. Nunca falamos sobre esse assunto. Creio que o que El Salvador mostra ao mundo é que todos os problemas têm solução quando há vontade política'.
Sob o governo Lula, o Brasil tem experimentado uma queda no número de mortes violentas e conseguiu retirar mais de R$ 7 bilhões de grupos criminosos no ano de 2023. Contrariamente às insinuações e acusações absurdas de Bukele.
Bukele, que ilegalmente destituiu juízes da Suprema Corte e substituiu o Parlamento por militares para forçar a aprovação de medidas legislativas, também conseguiu permissão para concorrer à reeleição, apesar de ser proibido em seu país. Seu partido detém 98% dos assentos do congresso, uma proporção alarmante.
A eleição em El Salvador foi marcada por alegações de gerrymandering, censura e uso de recursos e aparato estatal para a reeleição de Bukele. Apesar disso, o presidente sustenta que as eleições foram livres e justas.
Bukele ganhou popularidade com uma política de segurança que infringe o princípio da presunção de inocência. Ele conseguiu reduzir as mortes violentas em 70% graças à política de alto punitivismo. No entanto, especialistas apontam que essa estratégia não é sustentável a longo prazo.
Enquanto Bukele pode ser popular, ele manipulou o sistema em seu favor e colocou o Estado a seu serviço. Bem intimidador para alguém que se autoproclama o 'ditador mais legal do mundo', não é?!
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