O General da reserva Walter Braga Netto (PL), que concorreu ao cargo de vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, não poupou insultos aos comandantes do Exército e da Aeronáutica quando discutiam sobre um plano para reverter o resultado da eleição.
Conforme mensagens apreendidas pela Polícia Federal, que serviram de base para que o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizasse a operação em 8 de janeiro, Braga Netto chamou o então comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, de 'cagão' por não se unir à conspiração golpista.
O comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, foi acusado por Braga Netto de ser um 'traidor da pátria'. Esses insultos foram proferidos durante uma conversa com o ex-capitão do Exército Ailton Barros, investigado por incitar um golpe de Estado em contato com o tenente-coronel Mauro Cid, antigo aliado de Bolsonaro durante seu governo.
Segundo a Polícia Federal, as conversas no WhatsApp, coletadas do celular de Barros, 'deixam evidente o envolvimento e apoio do investigado Walter Souza Braga Netto à tentativa de golpe de Estado. Ele demonstra uma forte atuação inclusive nas medidas destinadas a incitar oposição aos membros das Forças Armadas que não se alinhavam aos planos golpistas, por respeitarem a Constituição Federal'.
Em 14 de dezembro, Braga Netto enviou para Ailton Barros uma mensagem que mencionava supostas 'omissão e indecisão' de Freire Gomes. Pararros respondeu que talvez fosse necessário 'dar a cabeça dele aos leões', referindo-se ao então comandante do Exército. Braga Netto apoiou o ataque: 'Oferece a cabeça dele. Cagão'.
Em 15 de dezembro, o alvo foi Baptista Júnior, enquanto o então comandante da Marinha, Almir Garnier, era elogiado. Este último seria o único entre os comandantes das Forças Armadas a apoiar o golpe. 'Senta o pau no Batista Junior. Povo sofrendo, arbitrariedades sendo feita e ele fechado nas mordomias', escreveu Braga Netto, de acordo com a PF. 'Traidor da pátria. Daí para frente. Inferniza a vida dele e da família.'
Desde o fim do governo Bolsonaro, Walter Braga Netto tem enfrentado uma série de derrotas, com investigações da Polícia Federal e uma condenação pelo Tribunal Superior Eleitoral a oito anos de inelegibilidade por abuso de poder nas cerimônias do 7 de Setembro de 2022.
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