Filipe Garcia Martins, ex-assessor especial para assuntos internacionais de Jair Bolsonaro, foi citado em depoimento pelo tenente-coronel Mauro Cid, como o autor da minuta de decreto golpista para a convocação de novas eleições após as eleições passadas vencidas pelo presidente Lula.
Martins se tornou conhecido após ser acusado de realizar um gesto de supremacia branca em uma sessão do Senado Federal, em 2021. A investigação reaberta em novembro pelo desembargador Ney Bello, considerou que há fortes indícios de racismo por parte de Martins.
A investigação será conduzida para evitar a leniência do Judiciário diante de condutas racistas. Apesar disso, em 2021, Martins foi absolvido pelo juiz da 11ª Vara Criminal do Distrito Federal, que considerou que o gesto não configura crime.
Martins, seguidor fervoroso de Olavo de Carvalho e aliado de Donald Trump, está diretamente relacionado às investigações sobre os ataques pró-golpe de estado que ocorreram em janeiro de 2022.
Pelas informações fornecidas por Cid à PF, o envolvimento de Martins é claro, tendo apresentado a minuta golpista e um roteiro para o golpe de Estado a Bolsonaro, além de um parecer jurídico elaborado pelo advogado Ives Gandra Martins para legitimar a ação criminosa.
O nascimento de Filipe ocorreu em Sorocaba e foi criado em Votorantim, ambos municípios de São Paulo. A carreira política teve início em 2019 quando, aos 31 anos, tornou-se assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, após trabalhar com o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo.
Em uma tentativa de se defender das acusações de supremacismo, Martins entrou com uma ação judicial contra o editor da Revista Fórum, o jornalista Renato Rovai, solicitando uma indenização de R$ 45 mil e a retirada de dois tuítes que commentavam o gesto supremacista feito por Martins em 2021.
No entanto, o juiz José Wilson Gonçalves, responsável pelo caso, indeferiu o pedido liminar de Martins para excluir os tuítes, determinação que foi confirmada pelo ministro Edson Fachin do STF, que assinalou que a medida era cabível, diante da “persistente vulneração” das liberdades de expressão e de imprensa.
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