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Ex-comandante da Marinha e militares de alto escalão na mira da PF por suposto golpe de Estado

O almirante Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, foi apontado em delação de Mauro Cid como um dos líderes de uma conspiração para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022.

O ex-chefe da Marinha, almirante Garnier Santos, está entre os alvos da operação Tempus Veritatis, realizada pela Polícia Federal nesta quinta-feira, que investiga uma tentativa de golpe de Estado posterior às eleições de 2022.

Junto a Garnier, a PF executou outras 15 buscas contra militares, incluindo figuras de alto escalão como o ex-ministro da Casa Civil general Braga Netto, o ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional general Augusto Heleno e o ex-ministro da Defesa general Paulo Sérgio Nogueira.

Jair Bolsonaro, ex-presidente militar reformado, foi igualmente investigado. Medidas restritivas foram aplicadas a ele pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre Moraes, como proibição de deixar o país, tendo que entregar o passaporte em 24 horas, e também proibição de se comunicar com outros investigados.

Conforme divulgado pela coluna de Bela Megale, Garnier foi mencionado na delação do ex-tenente-coronel Mauro Cid como único líder de uma Força a apoiar a trama golpista para manter Bolsonaro no poder. De acordo com o relato, o almirante teria confirmado a Bolsonaro, em reunião no Palácio da Alvorada, que suas tropas estavam prontas para responder a um chamado do então presidente. Naquele momento, o comando do Exército não entrou na conspiração.

No ano passado, Garnier foi indiciado pela CPI do 8 de Janeiro por crimes como associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. A relatora da CPI, senadora Eliziane Gama (PSB-MA), alegou que ele aderiu ao plano golpista e contribuiu decisivamente para os atos antidemocráticos que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes por apoiadores de Bolsonaro.

Atualmente, a PF está cumprindo 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão. Essas medidas incluem a proibição de entrar em contato com outros investigados, deixar o país e a necessidade de entregar os passaportes em 24 horas.

Esses mandados estão sendo executados em vários estados, incluindo Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

As investigações sugerem que o grupo investigado se dividia em dois núcleos de ação - um focado em disseminar a narrativa de fraude nas eleições de 2022, visando 'legitimar' uma intervenção militar, e outro planejando um golpe de Estado, com o apoio de militares com experiência em forças especiais em um ambiente politicamente sensível.

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