BOLSONARISMO BOLSONARO BRASIL CORRUPÇÃO DESTAQUES POLÍTICA SEGURANÇA PÚBLICA STF

Heleno recorreu à Abin em seu golpe fracassado, segundo a Polícia Federal

A investigação da Polícia Federal identificou o papel central do General, que era o ministro do GSI e responsável pelo órgão de inteligência, na tentativa frustrada de golpe.

A Polícia Federal concluiu em seu inquérito que a tentativa de golpe de Estado, cujo objetivo era manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder após a sua derrota eleitoral para o atual presidente Lula (PT), teve a participação de um personagem sombrio do governo anterior. Esse personagem, revelado com antecedência pela Fórum, é o general Augusto Heleno, que na época era o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI).

Na decisão autorizando a Operação Tempus Veritatis, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, baseou-se no inquérito da PF. O inquérito aponta que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi utilizada em ações relacionadas ao motim golpista. A Abin, naquela época, estava sob a supervisão do GSI e do general Heleno.

O relatório de Moraes, citando o inquérito da PF, revela que o general Heleno pretendia infiltrar agentes nas campanhas eleitorais, mas alertou para o risco de exposição dos agentes infiltrados. Neste ponto, foi interrompido pelo então Presidente Jair Bolsonaro, que instruiu Heleno a discutir posteriormente 'em particular' sobre as atividades da Abin.

A investigação da Polícia Federal revelou que o general Heleno, um aliado leal do ex-presidente Jair Bolsonaro, participou ativamente na trama, sugerindo uma 'virada de mesa' antes mesmo das eleições. Uma mensagem interceptada pela Polícia Federal confirma essa alegação.

Em outra conversa, o então chefe do GSI propõe medidas diretas contra 'instituições e pessoas' com o propósito de manter Bolsonaro no poder, algo que é claramente ilegal e criminoso.

Desde 13 de dezembro de 2022, um dia após a posse de Lula e do primeiro arremetida de supostos 'bolsonaristas' contra a capital federal, culminando com incêndios em veículos e tentativa de invasão da Polícia Federal, começou a ser denunciado o envolvimento do GSI e do general Augusto Heleno na organização desses ataques. Os ataques atingiram seu pico na véspera do Natal, quando um caminhão carregado com 60 mil litros de querosene quase explodiu o aeroporto de Brasília, e finalmente na tragédia de 8 de janeiro de 2023.

Em seus depoimentos perante a CPI da Câmara Distrital do DF e a CPMI do Congresso Nacional, Heleno negou repetidamente seu envolvimento na trama golpista, insistindo ainda que nunca havia tomado parte em tais atividades e acusando o jornalista autor das reportagens que o denunciavam de má prática jornalística. No entanto, a investigação da Polícia Federal e o inquérito enviado ao STF confirmam o envolvimento do general aposentado no episódio.

Deixe um Comentário!

Para comentar, faça Login, clicando aqui.