O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) não se rendeu às ameaças e pressões do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ao governo Lula, durante a inauguração dos trabalhos no Congresso Nacional na segunda-feira (5).
Em seu discurso, ao lado dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Lira criticou o governo e alegou que o orçamento da União - onde mais de 23% são destinados para emendas parlamentares - não pertence 'apenas ao Executivo.'
Lira afirmou, gerando desconforto, que o orçamento pertence a todos e cada um dos brasileiros, não sendo de autoria exclusiva do poder executivo ou de uma burocracia técnica não eleita.
Farias, por sua vez, refutou Lira através das redes sociais, criticando seu apoio anterior a Bolsonaro e seus encontros recentes com o ex-presidente.
Num texto extenso publicado na rede X, antigo Twitter, o deputado petista exortou: 'Basta de ameaças e pressões!' Posteriormente, reiterou que, embora o orçamento pertença a todos, é o Poder Executivo quem o executa, e alegou que o parlamento está tentando assumir esse papel, algo inédito na história.
Ainda segundo Farias, a distribuição de emendas parlamentares no Brasil é uma prática não encontrada em qualquer outro lugar do mundo. Ele também questionou os 'acordos' mencionados por Lira, afirmando serem muitas as votações em que o governo se vê isolado devido à traição de sua base de apoio.
O senador Humberto Costa (PT-PE) também não concordou com as 'mensagens' de Lira para o governo durante seu discurso. Afirmou que a leitura que Lira faz da relação entre orçamento e constituição é equivocada e ressaltou que a implementação do programa governamental eleito pelo povo exige o controle do orçamento.
Na terça-feira (6), os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Padilha têm um encontro agendado com líderes da base do governo no Congresso para traçar estratégias no veto à Medida Provisória 1202/2023. A medida, que propõe a reoneração gradativa da folha de pagamento de dezessete setores da economia, é crucial para o cumprimento do orçamento de 2024 e será o primeiro desafio do governo ao enfrentar Lira.
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