O governo do presidente Lula tem olhos voltados para a Itaipu Binacional, a estatal encarregada da usina hidrelétrica localizada na fronteira entre Paraná e Paraguai, como potencial investidor na realização da COP30 no Pará. Notícia revelada pelo Poder360 afirma que os paraenses têm expectativa de obter ao menos R$ 1 bilhão da empresa, um valor adicional aos R$ 3 bilhões já prometidos pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).
Contudo, o projeto depende de negociações entre os governos do Brasil e do Paraguai em relação ao valor tarifário da energia, que atualmente está em impasse e assim, paralisa o orçamento da estatal. Caso o imbróglio persista, o governo federal deverá buscar alternativas para financiar as operações em Belém.
Por meio de comunicado, a Itaipu Binacional relatou que “no momento existem pautas mais importantes a serem debatidas com o Paraguai” e que a colaboração com a COP30 será esclarecida no momento adequado.
O governo tem mantido cautela sobre o assunto, afirmando que o patrocínio de Itaipu no evento é certo, mas que os valores ainda estão indefinidos e podem até ultrapassar R$ 1 bilhão. Entretanto, tais discussões só seguirão após a resolução das negociações com o Paraguai.
Há relatos de uma reunião dos ministros na Casa Civil no início de janeiro para debater o tema, porém, sem uma decisão final. Outro encontro ainda não foi agendado. De fato, desde que Belém foi confirmada como sede do evento internacional, a cidade e o estado do Pará têm buscado recursos para financiar as obras necessárias.
Envolvimento do governo federal se limitará à obra de dragagem do rio que banha o município, permitindo a ancoragem de navios maiores para servir de hospedagem durante o evento, já que a oferta hoteleira de Belém é insuficiente para atender à demanda da COP30.
A primeira-dama, Janja da Silva, foi influente na identificação da Itaipu como possibilidade viável de recurso, dada a sua experiência trabalhando na empresa.
Com mais de 2.800 km de distância de Belém, a Itaipu não possui influência direta sobre a cidade. O mecanismo de indenização ambiental será utilizado para o financiamento, no qual uma compensação econômica é concedida por danos irreparáveis que podem beneficiar outros biomas, independente da distância.
Desde o retorno de Lula à presidência em 2023, a Itaipu tem sido uma opção frequentemente utilizada para financiamentos e outras questões. A estatal, por exemplo, já forneceu carrinho de golfe para a Alvorada e alocou R$ 1 bilhão para cidades do Paraná após a expansão de sua área de atuação. Em 2023, o então diretor-geral da estatal, Ênio Verri, declarou que a empresa estaria a “serviço do desenvolvimento”.
Em relação à COP30, é esperado que o governo use a Itaipu para suprir a limitação do Orçamento federal em relação ao financiamento das operações.
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