Com a forte redução no investimento em obras públicas determinada por Javier Milei, novo presidente da Argentina, grandes empreiteiras do país começam a sentir o impacto direto nas suas finanças. Milei está no poder há pouco mais de dois meses e suas decisões já estão causando reviravoltas na economia argentina.
Um exemplo claro é a situação da Cia Latinoamericana de Infraestructura y Servicios (Clisa), uma das maiores empreiteiras do país. Com as políticas de corte de gastos do governo e a desvalorização do peso, a empresa viu seu caixa secar e agora está em busca de uma espécie de acordo com seus credores, algo que os especialistas já preveem como um possível calote.
Como resultado, a Clisa agora propõe que os investidores que detêm seus títulos de dívida aceitem mais papéis do gênero em vez de dólares como pagamento de juros em uma dívida que vence em 2027. Essa dívida está avaliada em US$ 343 milhões, o equivalente a cerca de R$ 1,7 bilhão.
O peso oficial do país teve forte desvalorização na primeira semana de governo Milei, com uma redução de 54%. Essa medida impacta diretamente empresas como a Clisa, já que grande parte de sua dívida é em moeda estrangeira, enquanto a maior parte de sua receita é em pesos.
No entanto, os problemas da Clisa são mais profundos e não se restringem somente ao plano de ajuste fiscal de Milei. Afinal, a paralisação de projetos de construção durante a pandemia já havia prejudicado a empresa que, em 2021, pediu aos investidores para trocar títulos para 2027.
Estes acontecimentos destacam a crescente tensão entre a indústria e as ações do governo para conter a inflação e fomentar o crescimento da economia.
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