Uma decisão judicial do Supremo Tribunal Federal, redigida por Alexandre de Moraes em 135 páginas, atendendo a um pedido da Polícia Federal, denuncia detalhadamente o plano golpista de Jair Bolsonaro e seu círculo íntimo para realizar um golpe de Estado e incitar as forças militares a marcharem nas ruas.
Conforme revelado pela investigação da Polícia Federal, o plano golpista de Bolsonaro começou antes mesmo das eleições de outubro de 2022, que resultaram em sua derrota para Lula. Em 5 de julho, com pesquisas de opinião já indicando sua provável derrota, Bolsonaro se reuniu com ministros para instruí-los a disseminar fake news sobre o sistema eleitoral de urnas eletrônicas como uma reação antecipada à vida eleitoral.
Posteriormente, no mesmo encontro, Bolsonaro direcionou o foco para Lula, orientando que ele fosse alvo de fake news, como suposto envolvimento com narcotráfico, e mencionou o caso de Celso Daniel. Em uma de suas falas, Bolsonaro dá instruções claras para o início do plano de golpe, que se desenvolveria durante manifestações de apoiadores em 8 de janeiro.
A Polícia Federal identificou que a organização criminosa liderada por Jair Bolsonaro era dividida em seis 'núcleos' com funções específicas para desacreditar o processo eleitoral, orquestrar e executar um golpe de Estado e abolir o Estado Democrático de Direito, tudo com o objetivo de manter seu grupo no poder.
De acordo com as investigações, o próprio Moraes foi monitorado - incluindo os deslocamentos que realizou entre 14 e 31 de dezembro de 2022 - e seria preso se o golpe de Estado fosse executado. O plano original também previa as prisões de Gilmar Mendes e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
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