O padre José Eduardo de Oliveira e Silva, que trabalha na Paróquia São Domingos em Osasco (SP), foi o recente alvo da Polícia Federal. As autoridades realizaram uma busca e apreensão na manhã de quinta-feira (8 de fevereiro de 2024) na residência do padre, que é suspeito de colaborar com um grupo jurídico que supostamente elaborou decretos voltados a instigar um golpe de Estado no Brasil após as eleições presidenciais de 2022.
A decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, cita o padre como membro do núcleo jurídico promotor deste golpe. A função principal do grupo seria oferecer o ‘assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas’.
A Polícia Federal invadiu a casa do padre nas primeiras horas da manhã de quinta-feira (8 de fevereiro), em busca de equipamentos e documentos que poderiam ser relevantes para a investigação. O padre terá que cumprir medidas cautelares, como a proibição de contatar outros investigados na operação e não poderá sair do país. Ele terá que entregar todos os seus passaportes, tanto nacionais quanto internacionais, até sexta-feira (9 de fevereiro).
O grupo jurídico incluía, além do padre de Osasco, figuras como o ex-ministro da Justiça da gestão de Jair Bolsonaro, Anderson Torres; Coronel Mauro César Cid, ex-ajudante de ordem do ex-presidente; Filipe Martins, ex-consultor especial de Bolsonaro; e Amauri Feres Saad, advogado.
O padre Oliveira e Silva é mencionado em uma reunião com Filipe Martins e Amauri Feres Saad no dia 19 de novembro de 2022, em Brasília. O controle de entrada e saída do Palácio do Planalto registra a presença do padre no prédio do governo federal nesse dia.
O ministro Alexandre de Moraes aponta em suas notas que José Eduardo possui um site em seu nome, que revela diversas conexões com indivíduos e empresas já examinados em inquéritos correlatos à produção e divulgação de notícias falsas.
José Eduardo de Oliveira e Silva nasceu em Piracicaba-SP e mudou-se para Carapicuíba, cidade vizinha à Osasco, onde vive e trabalha atualmente. Ele foi ordenado sacerdote da Diocese de Osasco em 2006.
Aarmações polêmicas em relação à ideologia de gênero estampadas em suas redes sociais em 2017, deram destaque ao religioso. Onde sugere a criação de ‘um calmante em forma de supositório’ pela indústria farmacêutica e escreve ter saudades ‘dos tempos em que o banheiro servia só para necessidades fisiológicas e não para exibicionismos de autoafirmação sexual’.
Friso polêmico ocorreu em uma entrevista ao portal Aleteia em 18 de dezembro de 2023, ele faz críticas ao anúncio feito pelo Vaticano de que padres católicos podem abençoar relacionamentos de casais do mesmo sexo. Ele definiu o documento divulgado pela Santa Sé como ‘apresentado sob a tipologia de declaração, que é o tipo mais simples de documentos magisteriais. Uma declaração é apenas uma manifestação do Magistério acerca de um tema controverso, mas não com a força de uma definição’.
Apesar dos esforços para contatar o padre Oliveira e Silva, ele não respondeu às tentativas de contato na Igreja de São Domingos, em Osasco, nem às mensagens enviadas através de suas redes sociais.
Por meio das redes sociais, a Diocese de Osasco divulgou que foram informados das buscas e investigações da Polícia Federal à casa do padre José Eduardo de Oliveira e Silva. E que irá aguardar o fim das investigações para emitir seu posicionamento oficial.
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