BRASIL MANIPULAÇÃO PELA FÉ POLÍTICA

Cruz e urna não combinam: A visão dos evangélicos sobre o endosso político dos pastores

Segundo pesquisa do Datafolha, a maioria dos fiéis evangélicos descordam que pastores usem o púlpito da igreja para apoiar candidatos políticos.

Um estudo recente do Datafolha revelou que grande parte dos fiéis evangélicos na cidade de São Paulo se opõe à ideia de pastores usarem o púlpito da igreja para apoiar candidatos durante as eleições. A pesquisa, que entrevistou 613 pessoas no final de junho, revelou que 56% preferem que os pastores não declarem publicamente seu apoio a qualquer candidato durante a campanha eleitoral.

O levantamento ainda apontou que 70% desaprovam indicações de votos feitas por pastores e 76% se sentem desconfortáveis quando o nome dos políticos é trazido à tona durante o culto. Além disso, 90% afirmaram que não se sentem pressionados pelas igrejas a tomar uma decisão eleitoral, enquanto 80% garantem nunca ter votado no mesmo candidato que seu pastor.

A pesquisa também ressaltou outro aspecto interessante: a desaprovação parece não ser com a religião na política, mas sim com a política na religião. Por um lado, os fiéis rejeitam a presença de candidatos nos cultos e a campanha por parte dos pastores, porém, por outro lado, veem com bons olhos a presença do discurso religioso entre os políticos.

Cerca de 11% dos entrevistados dizem 'confiar muito mais' e 20% dizem 'confiar um pouco mais' naqueles políticos que se declaram evangélicos. No que tange a presença de líderes religiosos ocupando cargos públicos e de poder, 6% concordam com o nível atual de presença, 29% desejariam que houvesse uma maior influência religiosa, enquanto 33% discordam dessa ocupação.

Quanto às eleições municipais deste ano, a pesquisa mostra que 87% dos respondentes consideram importante que os candidatos acreditem em Deus. No entanto, a confissão de fé comum não é vista como exigência para 53% dos entrevistados ao escolherem seus votos.

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