A privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) alcançou marcos impressionantes na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo). Na segunda etapa do processo, a busca pela fração de 17,3% das ações do governo de São Paulo na empresa gerou cerca de R$ 186,9 bilhões, um valor nunca antes visto neste tipo de operação - conhecido como follow on - no Brasil.
O montante arrecadado é mais de três vezes maior do que a segunda maior operação: a follow on da Petrobras em 2010. Apesar do imenso volume de dinheiro, as ações serão divididas limitadas ao valor de R$ 7,8 bilhões reservado para esta fase, significando que os investidores receberão uma quantidade significativamente menor do que inicialmente pretendiam.
A privatização da maior empresa de saneamento do Brasil também quebrou recordes no que diz respeito ao interesse de investidores individuais. A demanda destes investidores quase igualou o total reservado para a segunda etapa da desestatização, chegando a R$ 6,9 bilhões.
De acordo com o edital do governo de São Paulo, 11% do total das ações ofertadas nesta etapa devem ir para investidores individuais. O resultado agradou o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), pois a estruturação do modelo de venda das ações tinha como objetivo a maior pulverização possível das ações da empresa.
O objetivo do governo de São Paulo era também testar a confiança do mercado em relação à Equatorial, um investidor de referência que já havia adquirido 15% das ações da Sabesp. A alta demanda é atribuída ao fato de que as ações da empresa valorizaram desde a primeira fase de desestatização.
A Equatorial Energia, cuja principal acionista é o Banco Opportunity, de Daniel Dantas, é dona de sete empresas de energia nos estados do Maranhão, Pará, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Sul, Amapá e Goiás. Em 2021, começou a atuar no setor de saneamento após vencer seis concorrentes e ganhar a concessão de 16 cidades do Amapá.
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