Em uma entrevista realizada pela TV Record nesta terça-feira, o presidente Lula mostrou dúvidas sobre a necessidade de contingenciar entre 15 a 20 bilhões de reais - como é aconselhado pelos economistas - para “manter a credibilidade” do arcabouço fiscal e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele afirmou: “Primeiro, eu tenho que estar convencido se há necessidade ou não de cortar”.
Suas declarações vieram cerca de duas semanas após Haddad anunciar um corte nas despesas obrigatórias do Orçamento de 2025, no valor de 25,9 bilhões de reais. Segundo o ministro, é fundamental cumprir o arcabouço fiscal.
Lula contou que tem uma “divergência histórica” com o mercado e questionou: “é que nem tudo que eles tratam como gasto eu trato como gasto”.
O presidente destacou que aprendera com sua mãe que a gente nunca deve gastar mais do que ganha. Lula argumentou que, se houvesse necessidade de dívida, ela deveria ser destinada a algo que aumentasse o patrimônio. Além disso, ele pontuou que com base nos dados econômicos atuais, não vê “um único número que indica que o Brasil enfrenta algum problema”.
Em resposta às pressões para contingenciamento de gastos, Lula defendeu que se podem fazer ajustes, mas que também é importante manter o crescimento do país e garantir que a economia, emprego, e salários continuam crescendo.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de mudança da meta de déficit zero para que não se estivesse “refém da meta”, Lula respondeu que “é apenas uma questão de visão”.
Para concluir, o presidente reiterou sua seriedade fiscal, lembrando de quando quitou a dívida com o FMI e até emprestou dinheiro ao fundo, após a crise de 2008: “Então seriedade fiscal eu tenho mais do que quem dá palpite nessa questão fiscal no Brasil”.
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