Em uma tentativa de prevenir informações 'incompletas ou fraudulentas', o Ministro Alexandre de Moraes levantou o sigilo de uma gravação em que Jair Bolsonaro se reunia com Augusto Heleno, antigo ministro do GSI, Alexandre Ramagem, comandante da Abin na época, e Luciana Pires, advogada de Flavio, para discutir formas de proteger Flávio Bolsonaro na investigação sobre o suposto esquema de rachadinhas que ocorria na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
A investigação, que foi arquivada em 2022, apontava que funcionários de Flávio devolviam parte do salário e o dinheiro era lavado através de uma loja de chocolates e investimentos em propriedades imobiliárias. A Polícia Federal afirmou que a reunião, que aconteceu em agosto de 2020, tinha como objetivo 'blindar' Flávio neste caso.
No encontro, foram discutidas supostas irregularidades cometidas por auditores da Receita Federal na produção do relatório fiscal que iniciou a investigação contra Flávio. A Polícia Federal declarou que Ramagem sugeriu um processo administrativo contra os auditores com intenção de anular a investigação e remover alguns deles de seus cargos.
A decisão de levantar o sigilo foi tomada durante um inquérito que investiga o uso ilegal de equipamentos da Abin para espionar ministros do Supremo, deputados e jornalistas durante o governo de Bolsonaro. Cabe destacar que este é o mesmo inquérito que levou à prisão de cinco investigados na última quinta-feira, 11 de julho.
A Polícia Federal afirma ter encontrado provas sólidas de uma organização criminosa atuando para produzir dossiês contra ministros, parlamentares e outras pessoas, no intuito de disseminar falsas narrativas, incitar um possível golpe de estado e debilitar instituições. “Os investigados, de acordo com a Polícia Federal, participaram de uma estrutura espúria infiltrada na Abin voltada para a obtenção de vantagens para o núcleo político”, ressaltou o Ministro Alexandre.
Em relação ao caso, a Procuradoria-Geral da República indicou que os elementos apresentados sugerem a existência de uma organização com intenções de atacar o sistema republicano brasileiro. Nesse sentido, a PGR salientou a necessidade de compartilhamento de provas para melhor compreensão do alcance das atividades criminosas e seus possíveis desdobramentos.
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