O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) enfrenta, hoje, um interrogatório da Polícia Federal (PF) em meio às investigações sobre a suposta 'Abin paralela'. O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo de Jair Bolsonaro, bolsonarista feroz, é apontado como líder de um esquema de arapongagem que visava personalidades políticas de ambos os lados do espectro.
O chamado para o depoimento vem em simultâneo à liberação do sigilo de um grampo do ex-diretor da Abin. O áudio desenterrado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revela uma reunião com Jair Bolsonaro onde estratégias para a utilização irregular de órgãos governamentais são discutidas e sugere influência do ex-presidente para interferir em investigação da Receita Federal contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), seu filho.
O interrogatório será realizado na PF do Rio de Janeiro às 15h e será a primeira vez que Ramagem será inquirido no inquérito da 'Abin paralela'. É esperado que os questionamentos envolvam, entre outras coisas, vários documentos encontrados em suas propriedades durante uma operação de busca e apreensão realizada em janeiro deste ano.
A PF conduz investigações sobre a suposta 'Abin Paralela', um esquema que teria utilizado a Agência Brasileira de Inteligência para espionagem e monitoramento político durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. As investigações foram desencadeadas após denúncias sobre a possibilidade de utilização política e pessoal indevida da Abin.
Esses inquéritos foram iniciados em 2023 e indicam o uso de um software espião, o First Mile, construído pela empresa israelense Cognyte, para monitoramento ilegal de várias personalidades, inclusive políticos, ministros do STF e outras figuras públicas.
A principal acusação é que a Abin foi usada para proteger aliados do governo Bolsonaro e perseguir oponentes. Entre os monitorados estavam Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara dos Deputados; a ex-deputada Joice Hasselmann; e os ministros do STF, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Além disso, o caso Marielle Franco, foi alvo de monitoramento ilegal.
Conforme a investigação avança, os brasileiros aguardam ansiosos por justiça e anseiam por reparação para os crimes cometidos durante o governo Bolsonaro.
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