Internamente, o governo e o Itamaraty consideram uma postura de observação e prudência diante do cenário recente de desistência de Joe Biden à corrida presidencial dos Estados Unidos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o assessor especial internacional, Celso Amorim, foram responsáveis por informar Lula sobre a situação.
Além disso, apesar de Biden ter manifestado apoio à sua vice, Kamala Harris, a formalização da candidatura ainda é uma decisão a ser tomada pelo Partido Democrata. Biden também anunciou que fará um pronunciamento oficial nos próximos dias.
De acordo com um embaixador do Itamaraty, o cenário atual gerou um clamor entre as forças democráticas globais, dentre as quais o Brasil se encaixa. A possibilidade de um novo mandato de Trump é vista com preocupação, diante do fortalecimento do extremismo de direita no mundo. Há temor de impactos negativos para os investimentos americanos em sustentabilidade e transição energética, agenda rejeitada por Trump. Estas considerações são especialmente relevantes para o Brasil, já que o governo Biden havia se comprometido a doar US$ 500 milhões ao Fundo Amazônia, dos quais US$ 97 milhões já foram adiantados.
Dentro do Itamaraty, há também preocupação com possíveis retrocessos nas políticas relativas aos imigrantes, impactando as relações com países da América Latina. Além disso, internamente no Partido Democrata, o temor é que a frágil candidatura de Biden, aliada à pressão por abandonar a corrida presidencial, possa prejudicar as candidaturas de deputados e senadores da legenda.
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