O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou nesta terça-feira, 30, a respeito das recentes eleições na Venezuela que entregaram a vitória a Nicolás Maduro. A conquista de Maduro foi contestada tanto internamente pela oposição, quanto pela comunidade internacional, citando uma falta de transparência nos resultados. Pesquisas de boca de urna indicavam González à frente de Maduro, com até 70% de apoio, contra apenas 30% do atual presidente.
Em uma entrevista à TV Centro América, Lula afirmou que não vê nada de 'grave' no processo e acredita ser natural a existência de um confronto político. Entretanto, o presidente brasileiro fez um apelo para que Maduro mostre as atas eleitorais na resolução do impasse.
"Como resolve essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça o processo. E vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Eu estou convencido que é um processo normal, tranquilo”, disse Lula.
Após a apresentação das atas e a comprovação de sua veracidade, Lula acredita que todos deverão reconhecer o resultado das eleições venezuelanas. O órgão federal controlado pela ditadura, o CNE, divulgou números que apontam uma vitória de Maduro com 51% dos votos, contra 44% de González.
O principal questionamento da oposição e da comunidade internacional é que o regime não divulgou os resultados na totalidade, com a falta da publicação das atas das zonas eleitorais, os quais dão informações de cada centro eleitoral.
Em outro momento, Lula comentou sobre os protestos que ocorreram na Venezuela após a divulgação dos resultados e defendeu o direito à livre expressão, destacando que as pessoas que não concordam devem ter o direito de se expressar, provar sua discordância e o governo tem o direito de provar sua veracidade.
Em relação ao comunicado do PT em apoio ao resultado das eleições, divulgado nesta segunda-feira, 29, Lula afirmou que a nota elogia a população venezuelana pelas eleições pacíficas e reconhece a vitória de Maduro proclamada pelo tribunal eleitoral, mas destaca que a oposição ainda não reconheceu o resultado.
"Então, tem um processo. Não tem nada de grave, não tem nada de assustador.", concluiu.
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