Rafael Corsino, Presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), da Associação Nacional dos Produtores de Cebola (Anace) e da Câmara Setorial de Hortaliças do Ministério da Agricultura, destacou a grande dificuldade enfrentada pelos produtores de alho brasileiros. Os problemas derivam da importação irregular de alho, que acaba retirando a competitividade do produtor nacional, durante uma entrevista para jornalistas no programa CB.Agro.
A realidade da cebola, segundo Corsino, é muito diferente da do alho. Aproximadamente toda cebola consumida no Brasil é produzida internamente, levando a um valor de Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de R$ 5 bilhões. No entanto, quando se trata de alho, o valor de PIB está em torno de R$ 3 bilhões.
O presidente alerta que 'o contrabando afeta a produção de alho, especialmente na região sul que plantava cerca de 5.000 hectares de alho e que nesta safra plantará menos de 2.000, em função desta competição desleal'.
Corsino salienta que além do produto que entra ilegal no país, a importação legal também é problemática. Cerca de 75% do produto vem da Argentina e 25% da China. O problema surge quando o alho estrangeiro não paga tarifa de custo de importação, criando uma competição desleal com o produto nacional.
O governo brasileiro estabeleceu uma tarifa antidumping para evitar o dumping do mercado chinês. No entanto, há casos em que a taxa é cancelada judicialmente. Embora o governo recorra, nem sempre é bem-sucedido em reverter essa decisão.
Houve um aumento no consumo de alho durante a pandemia, cerca de 17%, pois acredita-se que o alho auxilia no reforço à imunidade. Segundo Corsino, o alho brasileiro possui uma concentração de alicina, substância responsável pela imunidade, cerca de cinco vezes maior que o alho estrangeiro.
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