A Associação Nacional dos Procuradores da República expressou sua preocupação na última sexta-feira, após a descoberta de um levantamento com o deputado federal e ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, onde listava membros do Ministério Público Federal como 'contrários' ao governo Bolsonaro. A lista, que foi revelada pelo jornal O Globo, inclui procuradores do MPF e do MP junto ao Tribunal de Contas da União que apresentaram representações contra Bolsonaro, seus filhos e a então primeira-dama Michelle Bolsonaro.
O documento também menciona os responsáveis por investigações contra aliados do ex-presidente, como é o caso do empresário Luciano Hang. Um dos nomes que foram espionados é o da procuradora do MPF, Ana Carolina Haliuc Bragança, reconhecida por sua atuação na área ambiental e responsável por operações de combate ao garimpo e ações de proteção ao meio ambiente na região Norte.
A ANPR divulgou uma nota repreendendo o monitoramento ilegal dos procuradores, referindo-se a isso como um 'desvio de finalidade'. A associação reforçou que essa situação não pode ser vista com trivialidade e prometeu adotar medidas legais para 'reparar os danos que se constatar'. 'É essencial o debate transparente e objetivo do papel das instituições, para que se evite a repetição de estratégias de ameaça ou tentativas de impedimento ao exercício das funções do MPF', declarou a entidade.
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