O Ministro do STF, Alexandre de Moraes, liberou a Polícia Federal para abrir um inquérito contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A investigação é sobre a suposta tentativa da deputada em associar o ex-presidente Lula a um ex-general acusado pelo governo venezuelano de envolvimento com o narcotráfico, com a intenção de manter Jair Bolsonaro no poder mesmo após ser derrotado nas eleições de 2022.
A investigação aponta que Zambielli intermediou uma reunião entre a influenciadora Elisa Robson e Hugo Carvajal, que liderou os serviços de inteligência venezuelanos durante o governo Hugo Chávez. Carvajal estava preso na Espanha durante esse período. A influenciadora, após retornar ao Brasil, entregou um dossiê ao então Ministro da Justiça, Anderson Torres, fazendo acusações de que o governo venezuelano financiou movimentos políticos de esquerda em países da Europa e da América Latina, incluindo o PT e o próprio Lula.
No entanto, a Polícia Federal já havia investigado essas alegações e o caso foi arquivado. Vale lembrar que a suposta conexão entre Carvajal e o presidente brasileiro foi levantada por Bolsonaro em uma reunião com ministros em 5 de julho de 2022. O vídeo dessa reunião foi encontrado no celular do Tenente-Coronel Mauro Cid e faz parte das investigações sobre uma tentativa de golpe para reverter o resultado da eleição presidencial.
De acordo com as declarações de Bolsonaro na ocasião 'Temos informações do general Carvajal, lá da Venezuela que está preso na Espanha. Ele já fez a delação premiada dele lá. Por dez anos, abasteceu com dinheiro do narcotráfico Lula da Silva, Cristina Kirchner, Evo Morales e essa turma que vocês conhecem.'
O despacho de Moraes afirma que os episódios destacados pela Polícia Federal estão conectados ao inquérito das Fake News e aos atos golpistas de 8 de janeiro. A assessoria de defesa de Zambelli ainda não se pronunciou sobre o caso.
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