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A segunda temporada do Vaza-Jato mostra que as lições do primeiro ainda não foram aprendidas

O caso Vaza-Jato, envolvendo o Ministro alexandre de Moraes, indica que não aprendemos nada da primeira Vaza-Jato envolvendo Sergio Moro

As últimas notícias revelaram uma segunda versão da operação Vaza-Jato ocorrendo no seio do Supremo Tribunal Federal (STF). Desta vez, artigos publicados na Folha de S. Paulo, com contribuição dos jornalistas Glenn Greenwald e Fabio Serapião, vieram equipados com uma série de mensagens trocadas entre o pessoal de Alexandre de Moraes no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estas se referem às investigações ao redor das fake news e às manifestações golpistas de 8 de janeiro.

O conteúdo dessas mensagens mostra que Moraes solicitava relatórios sobre bolsonaristas a funcionários da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, que eram investigados por ele via STF. Posteriormente, Moraes usava esses relatórios como base para decretar medidas como quebra de sigilo, bloqueio de perfis, cancelamento de passaportes e intimações. Contudo, de forma estranhamente discrepante, Moraes dava a entender nos processos que esses relatórios foram produzidos pela iniciativa do próprio TSE ou recebidos por meio de denúncia anônima.

Frases e áudios revelam o conhecimento dos técnicos de que estavam agindo de forma irregular. Esse novo Vaza-Jato coloca em polvorosa os bolsonaristas, apressando-se em redigir pedidos de impeachment que se juntarão aos mais de vinte que já aguardam no Senado Federal contra Moraes. A debandada gerou uma defesa coordenada ao Ministro no STF, reunindo Flávio Dino, Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, assim como o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

De acordo com eles, as mensagens são inócuas porque um Ministro não precisa solicitar algo a si mesmo. Da mesma forma, defendem que a ação de Moraes não é surpreendente para ninguém, já que foi autorizada anteriormente pelo próprio STF. Entretanto, as mensagens à luz do dia indicam o oposto: parece que, diante da segunda Vaza-Jato, não aprendemos nada das lições da primeira.

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