BRASIL CRIME ORGANIZADO POLÍTICA SEGURANÇA PÚBLICA

Caso Marielle: Delegados teriam atrapalhado investigações que poderiam ter levado aos assassinos, segundo PF

Delegados Rivaldo Barbosa e Giniton Lages, além de um comissário, estão sendo acusados de obstrução de justiça

A Polícia Federal apresentou à Suprema Corte nesta sexta-feira um relatório adicional indicando a possível obstrução na investigação do caso Marielle Franco. De acordo com esse relatório, houve uma possível interferência de Rivaldo Barbosa, Giniton Lages e do comissário Marco Antonio de Barros Pinto, popularmente conhecido como Marquinhos.

No documento de 87 páginas, é destacado que esses agentes de alto escalão da Polícia Civil teriam colaborado para atrapalhar a investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. As informações no relatório sugerem que imagens de câmeras de segurança, que poderiam ter levado aos assassinos, foram propositalmente negligenciadas.

O relatório ainda sugere que os delegados tentaram esconder provas que poderiam ligar os responsáveis pelo crime. A investigação sobre a obstrução segue junto ao processo que incrimina Chiquinho e Domingos Brazão como possíveis mandantes do assassinato de Marielle com Rivaldo Barbosa sendo apontado como mentor dos assassinatos.

Durante a investigação, a Polícia Federal coletou novos testemunhos, inclusive do atual secretário de Polícia Civil, Marcus Amim. Na época dos crimes, Amim estava na delegacia de Vicente de Carvalho e relatou que recomendou algumas linhas de investigação a Rivaldo Barbosa, sendo orientado a procurar Giniton Lages.

Amim sugeriu a Lages que cinco pessoas poderiam estar envolvidas no crime, entre elas estavam o capitão Adriano, suspeito de sair do Condomínio Floresta em Rio das Pedras para executar o crime, e Ronnie Lessa, que segundo ele, poderia ter saído de sua casa na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, ou da área do Quebra-Mar.

Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram presos em 2019; ambos confessaram o crime e fizeram acordos de colaboração premiada. O relatório da PF sugere que Giniton Lages estava ciente desde o início da investigação de que Ronnie Lessa seria o principal suspeito. No entanto, Lages teria ignorado as informações dadas por Marcus Amim, sem seguir as sugestões.

Deixe um Comentário!

Para comentar, faça Login, clicando aqui.