A Polícia Militar de São Paulo, atualmente sob a administração do governador Tarcísio de Freitas, do Partido Republicano, realizou novamente uma ação controversa na região do litoral de São Paulo. Gabriel Melo, estudante de pedagogia e metalúrgico, juntamente com Priscila Toledo, professora da rede pública, foram detidos enquanto distribuíam panfletos contrários ao modelo de colégios cívico-militares, em frente à Escola Estadual Reverendo Augusto Paes D’Avila, localizada no bairro da Aviação, em Praia Grande.
Ambos, membros da Unidade Popular (UP) e do Movimento Luta de Classes, foram tranportados para uma delegacia local numa viatura policial. Apesar de Gabriel afirmar que não houve nenhum tipo de violência física, ele destacou um acontecimento que considerou preocupante durante a situação. E citou 'Um dos policiais disse que se fosse na ditadura a gente estaria morto'.
O estudante explicou que sua intenção era estabelecer um diálogo com estudantes, pais e a comunidade local através dos panfletos, que tinham um claro posicionamento político. Segundo ele, a polícia apareceu no local e começou a questionar sobre o conteúdo dos panfletos, o que resultou na detenção de ambos.
Gabriel expressou seu posicionamento contrário ao projeto de militarização das escolas e enfatizou que o problema da educação não se resolve com disciplina militar, mas com investimento adequado. Ele também informou que contou com a assistência de um advogado ligado aos movimentos sociais durante o ocorrido.
O advogado criminalista João de Abreu, do escritório Ferreira e Brito, representou os dois e demonstrou indignação com a situação, afirmando que o motivo alegado para a prisão foi desacato através dos panfletos, e não um crime propriamente dito. O caso foi registrado como desacato e localização/apreensão de objeto pela Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Praia Grande e encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim).
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