Investigação do acidente da VoePass foca no acúmulo de gelo nas asas

De acordo com militares, a principal linha de investigação para desvendar as razões do trágico acidente com o voo ATR 72 da VoePass, que ocorreu em Vinhedo (SP), é a formação de gelo nas asas da aeronave. Isso porque o acúmulo de gelo pode distorcer a aerodinâmica da asa e aumentar excessivamente o peso da aeronave, causando a perda de sustentação e a queda do avião.

A aeronave possui sistemas que protegem as asas contra a formação de gelo, o que está sendo investigado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). A queda do avião, que partiu de Cascavel, resultou na morte de 61 pessoas.

A companhia aérea VoePass irá fornecer ao Cenipa o histórico de inspeção da aeronave, o que pode auxiliar na investigação. Segundo o site da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave tinha dez anos de uso e estava em situação regular.

O brigadeiro Marcelo Moreno, chefe do Cenipa, esclareceu que diversos fatores serão considerados na investigação do acidente, com ênfase na prevenção. Ele citou os gravadores de voz que podem gravar o diálogo dos pilotos na cabine e de dados, que contém informações técnicas sobre a aeronave, como sua velocidade e altitude.

O coronel Carlos Henrique Baldin, chefe da divisão de investigação e prevenção do Cenipa, afirmou que é prematuro declarar que a formação de gelo nas asas foi a causa do acidente. Ele ressaltou que a aeronave está equipada para lidar com a formação de gelo nas asas e afirmou que é 'cedo' para determinar se isso causou o acidente aéreo.

"Essa aeronave é certificada para voar nessas condições. Ela tem dispositivos para eliminar [o gelo]. Ela é preparada para voar em condições severas de gelo, inclusive, em outros países", disse Baldin: "Cedo para afirmar qualquer coisa nesse sentido. Não temos como afirmar nesse momento se isso foi decisivo ou não para a ocorrência".

Independentemente disso, especialistas consultados indicaram a formação de gelo na asa e a falha no sistema de degelo como uma das hipóteses que culminaram com o acidente.