As ações da Americanas (AMER3) despencaram na manhã desta quinta-feira, 15, em resposta à divulgação de sua demonstração financeira adiada várias vezes para investigação correta das fraudes contábeis descobertas no ano anterior. A ação estava em procedimento leilão - utilizado quando uma ação abre com uma queda de mais de 10% em relação ao fechamento anterior.
A queima de caixa no primeiro semestre de R$ 2 bilhões fez a situação ficar ainda mais delicada para a varejista. Isso porque uma companhia pode sobreviver com prejuízo contábil por anos, mas sem caixa, ela não consegue operar por sequer um dia. Isso acontece pois o caixa é crucial para o pagamento de compromissos tais como salários, fornecedores e despesas.
A expectativa era que a situação crítica da empresa tivesse sido superada, conforme reforçou a própria Americanas em mensagem que acompanha as demonstrações financeiras. Ela informou que havia feito ajustes e ainda precisava fazer muito mais para se adequar às demandas dos clientes. A empresa também recebeu um aporte de capital de R$ 24,5 bilhões, onde acionistas de referência - Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira - contribuíram com R$ 12,3 bilhões.
O volume de vendas, nas lojas físicas e no e-commerce da rede, caiu de R$ 42 bilhões acumulados em 2022, para R$ 22 bilhões no total de 2023, e R$ 10 bilhões no primeiro semestre de 2024. A queda contínua dessas vendas mostra a mudança de escala da companhia.
No primeiro semestre do ano, a Americanas apresentou prejuízo líquido consolidado de R$ 1,4 bilhão. No acumulado de 2023, as perdas somaram R$ 2,3 bilhões, já em 2022, o prejuízo anual foi de impressionantes R$ 13,2 bilhões.
Assim, a situação da Americanas continua sendo de extrema preocupação para o mercado, o que se refletiu na forte queda de suas ações na bolsa.
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