Desde 2016, o uso da internet por crianças de 10 a 13 anos no Brasil tem sido motivo de preocupação constante para pais e especialistas. Este ano, porém, houve uma redução, ainda que pequena, nesse número. De acordo com a Pnad, o percentual desta faixa etária que acessa a internet caiu de 84,9% em 2022 para 84,2% em 2023. Paralelamente, tivemos a primeira estabilidade na porcentagem de brasileiros dessa faixa etária que possuem celular para uso pessoal: 54,8%.
A Pnad, que foi divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE, pesquisa o acesso à Internet, a posse de celular para uso pessoal e uso da televisão pela população e pelos domicílios. A tendência de aumento no uso da internet por crianças de 10 a 13 anos, aumentando cerca de 4 pontos percentuais por ano desde 2016, sofreu uma inflexão pela primeira vez em 2023.
No entanto, Gustavo Geaquinto, analista da Pnad TIC, comentou que ainda é precipitado afirmar que houve uma reversão da tendência, mesmo que os números indiquem uma quebra do padrão anterior. Ele sugere que o dado do próximo ano, 2024, será interessante para observar se a tendência de queda ou estabilidade irá persistir. Uma das possíveis razões para essa leve queda no uso da internet por crianças é a preocupação com a privacidade.
A pesquisa revelou também, que em 2023, 92,4% das crianças entre 10 e 13 anos que utilizaram a internet, fizeram isso todos os dias. Isso é equivalente a 94,4% da população brasileira que utilizou a internet diariamente no mesmo ano, segundo dados do IBGE. No entanto, a pesquisa não aborda o uso da internet por crianças com menos de 10 anos.
Além disso, o IBGE mostrou que todos os grupos etários aumentaram o uso do celular para fins pessoais em 2023, com a única exceção sendo o grupo de 10 a 13 anos. Quando perguntados sobre o motivo principal pelo qual as pessoas não tinham celular em 2023, a privacidade e segurança apareceram como pontos-chave, especialmente em comparação ao ano anterior, quando apenas 17% citaram como razão. Gustavo Geaquinto avalia que isso pode ser um reflexo da preocupação dos pais e responsáveis.
Outros 18,1% mencionaram que usavam o telefone celular de outra pessoa, uma queda em relação a 2022, quando 19,7% justificaram dessa maneira.
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