Darwin teria ficado surpreso com a descoberta de uma nova espécie de árvore frutífera no Monumento Natural Municipal da Pedra de Itaocaia, em Maricá, na Região Metropolitana do Rio. Esta é uma descoberta impressionante dos pesquisadores do Jardim Botânico do Rio. Esta árvore de sete metros de altura é uma nova contribuição à família da jabuticabeira.
Durante sua visita ao Brasil, Charles Darwin, o famoso naturalista inglês, passou um tempo na fazenda onde atualmente está a nova árvore. Embora não tenha descrito a espécie em seus registros, é notório o encanto de Darwin pela biodiversidade da Mata Atlântica. A unidade de conservação, que é administrada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), atrai cientistas de todo o mundo devido à sua riqueza em espécies nativas.
A maioria das espécies que conhecemos foram catalogadas por naturalistas ingleses no século XIX, quando visitaram o Brasil. Agora, pesquisas estão sendo conduzidas sobre a família mirtácea e várias árvores frutíferas da Mata Atlântica e da Amazônia, como a pitanga, a jabuticaba, a goiaba, os araçás, os gabirobas, e o jamelão.
Essas espécies não são encontradas em nenhum outro lugar do mundo, pois elas têm limites muito restritos para as condições ambientais em que crescem, como a Mata Atlântica do litoral brasileiro. A nova árvore descoberta, por exemplo, tem um único indivíduo, tornando-a muito rara. Com as pesquisas, conseguimos fazer descobertas como esta.
A descoberta foi divulgada na revista científica Brittonia, publicação do Jardim Botânico de Nova York, uma das mais respeitadas do mundo. Os resultados foram comemorados pela comunidade acadêmica. Descobertas frutíferas do século XIX e novas espécies foram encontradas na mesma localidade.
A nova espécie, a Siphoneugena carolynae, é a décima terceira espécie conhecida no gênero e foi identificada por Thiago Fernandes e João Marcelo Braga, durante estudos realizados entre 2018 e 2023, no Morro Itaocaia. Só um único exemplar da mesma foi encontrado em uma unidade de conservação.
Segundo Fernandes, essa é uma demonstração sobre a importância das áreas protegidas para a conservação dessas e de outras espécies raras e de distribuição restrita. A descoberta representa um avanço expressivo para um pleno conhecimento da flora da Mata Atlântica, que ainda abriga muitas espécies desconhecidas para a ciência.
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