Senadores dos Estados Unidos chegaram no domingo 9 a um acordo provisório para encerrar a paralisação do governo federal, que já dura 40 dias e suspendeu diversos serviços públicos.

Republicanos, partido do presidente Donald Trump, e democratas concordaram em liberar recursos para o governo até janeiro, após impasses sobre subsídios de saúde, benefícios alimentares e demissões de servidores federais.
A proposta superou rapidamente uma votação de procedimento no Senado, com apoio suficiente de democratas. Se a Câmara dos Representantes também aprovar, o texto seguirá para promulgação presidencial, etapa que pode levar alguns dias.
O avanço reacendeu expectativas de retomada da normalidade. Centenas de milhares de funcionários federais estão suspensos ou trabalhando sem pagamento desde 1º de outubro.
"Parece que estamos perto de encerrar o fechamento", disse Trump a jornalistas ao chegar à Casa Branca depois de um fim de semana em Mar-a-Lago, na Flórida.
Segundo legisladores, o acordo deve incluir o financiamento do Programa Federal de Assistência Nutricional Suplementar (Snap), que atende mais de 42 milhões de pessoas, hoje suspenso. Também prevê reverter demissões ocorridas no mês passado e levar à votação a extensão da ajuda para atendimento médico, que expira no fim do ano.
A proposta "protegerá os funcionários federais contra demissões injustificadas, reincorporará aqueles que foram demitidos equivocadamente durante o 'shutdown' e garantirá que os funcionários federais recebam seu salário retroativo", afirmou o senador democrata Tim Kaine em comunicado.
O líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, lamentou que a extensão das ajudas de saúde seja submetida a votação, e não adotada diretamente. "Esta luta vai e deve continuar", declarou.
O impacto no tráfego aéreo foi imediato: mais de 2.700 voos foram cancelados e 10 mil sofreram atrasos no domingo, segundo dados de monitoramento de voos.
Entre os aeroportos afetados estavam Newark e LaGuardia, em Nova York, O'Hare, em Chicago, e Hartsfield-Jackson, em Atlanta.
Desde sexta-feira, a Administração Federal de Aviação (FAA) pede às companhias aéreas que reduzam gradualmente seus voos para aliviar a pressão sobre os controladores de tráfego aéreo, que trabalham sem remuneração.
O secretário dos Transportes, Sean Duffy, advertiu que um 'shutdown' prolongado agravaria o cenário, com a proximidade do Dia de Ação de Graças no fim do mês.
O fim de semana do feriado marca o início da temporada de compras de Natal, crucial para o varejo.
Mesmo com o acordo, a normalização do tráfego aéreo pode levar alguns dias, já que a reativação do financiamento federal, incluindo o pagamento de salários, exige tempo.
Trump citou o impasse orçamentário no Congresso como uma das razões para derrotas eleitorais do seu partido em 4 de novembro.

