Corrida por minerais críticos acelera e pressiona Brasil a agir
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📅 07/11/2025

Corrida por minerais críticos acelera e pressiona Brasil a agir

Trump reuniu líderes da Ásia Central na Casa Branca, anunciou avanços em cadeias de suprimento e ouviu promessa uzbeque de mais de US$ 100 bilhões; com 23% das reservas de terras raras, o Brasil foi convidado a discutir o tema com os EUA.

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Ronny Teles

Ronny Teles

Combatente pela democracia

A corrida global por minerais críticos ganhou novo impulso. Na 5ª feira (6.nov.2025), Donald Trump recebeu na Casa Branca os líderes de Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão para tratar de cadeias de suprimento e acordos econômicos.

Segundo Trump, a região é "extremamente rica" em recursos naturais e estratégica no esforço de diversificação dos Estados Unidos. "Um dos principais pontos da nossa agenda são os minerais críticos", disse o presidente. Ele afirmou ainda: "Nas últimas semanas, minha administração reforçou a segurança econômica dos Estados Unidos ao firmar acordos com aliados e parceiros ao redor do mundo para ampliar nossas cadeias de suprimento de minerais críticos".

A disputa por urânio, cobre, ouro e terras raras na Ásia Central se intensificou. Os cinco países mantêm laços econômicos com a Rússia e recebem investimentos crescentes da China, enquanto Washington tenta ampliar sua presença com acordos que assegurem fornecimento contínuo.

O presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, disse que o encontro marca "o início de uma nova era de interação entre os Estados Unidos e a Ásia Central". Na ocasião, o país aderiu aos Acordos de Abraão, que aproximam Israel de nações de maioria muçulmana.

O presidente do Uzbequistão, Shavkat Mirziyoyev, chamou Trump de "presidente do mundo" e propôs a criação de uma secretaria permanente do grupo na região. Mais tarde, Trump informou que o Uzbequistão pretende investir e comprar mais de US$ 100 bilhões ao longo da próxima década em setores norte-americanos ligados a minerais críticos, peças automotivas e aviação.

A reunião integrou o formato C5+1, criado em 2015 para cooperação em economia, energia e segurança. Houve anúncio para que a Boeing venda até 37 aviões a companhias aéreas do Cazaquistão, Tadjiquistão e Uzbequistão, além de parceria para a empresa norte-americana Cove Capital explorar tungstênio no Cazaquistão com financiamento governamental.

Cazaquistão e Uzbequistão produzem juntos pouco mais da metade do urânio extraído no mundo. O Cazaquistão, sozinho, respondeu por quase 40% da produção global em 2024. A diversificação é considerada urgente em Washington porque cerca de 20% do urânio importado pelos EUA vem da Rússia.

No Brasil, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse em 15 de outubro que foi convidado para se reunir com o secretário de Energia dos Estados Unidos, Chris Wright, para tratar de minerais críticos.

O país desponta entre os maiores potenciais globais em terras raras, um grupo de 17 elementos essenciais para turbinas eólicas, veículos elétricos, smartphones e equipamentos militares.

Estima-se que o Brasil concentre cerca de 23% das reservas conhecidas desses minerais no mundo, embora a produção nacional ainda seja incipiente. Silveira não confirmou a data do encontro com o governo norte-americano.

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Publicado em 7 de novembro de 2025 às 12:57

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