Crise no clã Bolsonaro: Michelle impõe derrota e Flávio chora
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📅 03/12/2025

Crise no clã Bolsonaro: Michelle impõe derrota e Flávio chora

Após barrar a aliança com Ciro Gomes no Ceará, Michelle posou com André Fernandes e um Bolsonaro de papelão. Da prisão, o ex-presidente mandou os filhos recuarem; Flávio pediu perdão e chorou.

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Ronny Teles

Ronny Teles

Combatente pela democracia

Michelle Bolsonaro publicou foto ao lado de um constrangido André Fernandes e de uma imagem de papelão de Jair Bolsonaro após conseguir derrubar as negociações de aliança com Ciro Gomes no Ceará. Segundo relatos, o ex-presidente, da prisão, determinou que os filhos não atacassem a esposa.

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A imagem foi feita depois de reunião com Valdemar da Costa Neto e Rogério Marinho. Ao divulgar os registros, Michelle escreveu: "Com oração, conversa sincera e união, o Brasil tem solução".

No encontro, Flávio Bolsonaro recebeu o recado do pai para pedir desculpas e encerrar os ataques à ex-primeira-dama. Antes, o senador havia chamado Michelle de "autoritária" e incentivado ataques coordenados com os irmãos.

Em nota do PL Mulher, comandado por Michelle, foi comemorada a suspensão das conversas com o PSDB no Ceará, o que representou nova derrota pública para André Fernandes.

A nota registrou: "Após o término da reunião de cúpula, ficou definido que André Fernandes continua encarregado de buscar uma alternativa viável, que respeite valores e princípios ligados à direita conservadora e que aumente as chances de derrotar o projeto da esquerda no estado".

Horas antes, na madrugada, Michelle divulgou um texto reforçando a rejeição à aliança com Ciro e afirmando que "jamais negocio meus valores", movimento interpretado como uma declaração de guerra aos enteados.

No mesmo comunicado, ela disse que não apoiaria a aliança "ainda que essa fosse a vontade do Jair", destacando que "ele não me falou se é".

Michelle ainda pediu trégua ao clã: "Peço aos meus enteados que me entendam e me perdoem, não foi minha intenção contrariá-los. Eu, assim como eles, quero apenas o melhor para o nosso herói, seu pai, meu esposo e o maior líder que esse país já teve - Jair Messias Bolsonaro".

Após visitar o pai na PF em Brasília, Flávio recuou publicamente da narrativa de que haveria apoio a Ciro no Ceará e admitiu o puxão de orelha.

Em entrevista, afirmou: "Não teve apoio a Ciro, porque ali eram conversas. Não tinha decisão nenhuma tomada, como não tem até agora".

Na reunião com a cúpula do PL, Flávio voltou a pedir desculpas a Michelle, que cobrou não ser novamente desautorizada em público pelos enteados.

O senador chorou abraçado à madrasta e reconheceu a derrota na queda de braço interna.

Michelle também escalou a deputada Priscila Costa, vice-presidente do PL no Ceará e sua candidata ao Senado, para acompanhar as tratativas no estado ao lado de André Fernandes, que vinha articulando lançar o pai, Alcides Fernandes, ao Senado em 2026.

Depois do recuo, André Fernandes confirmou a suspensão das negociações com Ciro Gomes e tentou minimizar o desgaste.

Ele, porém, afirmou que as tratativas começaram com aval de Jair Bolsonaro, contrariando a versão do clã. Disse: "A gente começou a avançar lá atrás ainda, com a autorização do presidente Jair Bolsonaro essas articulações com então Ciro Gomes, que tem feito oposição ao governo do PT no estado do Ceará - e mesmo que não tenha dito ainda que é pré-candidato ao governo do estado do Ceará, está posto aí por muita gente. Então a gente avançou nessas articulações tentando, sim, fazer ali uma aliança, uma composição para derrotar o PT no estado do Ceará. O presidente Bolsonaro desde sempre é ciente disso. Houve, como falou o Flávio, um ruído de comunicação. A eterna primeira-dama, Michelle Bolsonaro, não teve ciência de toda a movimentação que foi feita. O Flávio estava ciente, o Marinho estava ciente, enfim..."

Ao final, Fernandes sinalizou pausa nas conversas e reconheceu o avanço de Michelle na disputa interna: "presidente Bolsonaro, que lá atrás havia autorizado tentar essas articulações, mas ao que tudo indica, pelo momento, nós vamos dar uma pausa, nós vamos repensar".

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Publicado em 3 de dezembro de 2025 às 13:15

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