Crise no governo Milei: ministros renunciam após vitória
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📅 02/11/2025

Crise no governo Milei: ministros renunciam após vitória

Guillermo Francos e Lisandro Catalán deixaram os cargos dias após o triunfo legislativo; disputa entre Karina Milei e Santiago Caputo expõe racha interno, e Manuel Adorni assume a chefia do Gabinete.

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Ronny Teles

Ronny Teles

Combatente pela democracia

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O chefe de Gabinete de Javier Milei, Guillermo Francos, e o ministro do Interior, Lisandro Catalán, renunciaram nesta 6ª feira (31.out.2025), menos de uma semana após a vitória do partido do presidente nas eleições legislativas de meio de mandato.

Sem explicação oficial, as saídas são atribuídas à disputa entre Karina Milei, irmã do presidente e secretária-geral da Presidência, e o principal assessor presidencial, Santiago Caputo, por nomeações em cargos estratégicos.

Francos citou indiretamente Caputo ao anunciar a decisão. No X, escreveu: "Considerando os rumores persistentes sobre mudanças no Gabinete Nacional, escrevo-lhe para apresentar minha renúncia ao cargo de chefe do gabinete de ministros, para que o senhor possa iniciar a nova fase de governo após as eleições nacionais de 26 de outubro sem quaisquer entraves".

Os rumores mencionados por Francos apontavam que Caputo articulava sua saída e poderia assumir o posto. Os dois já tiveram embates durante o mandato de Milei.

Horas depois, Lisandro Catalán, aliado de Francos, também pediu demissão. No cargo havia 1 mês e meio, afirmou: "Continuarei apoiando este governo, A Liberdade Avança, porque estou convencido de que os ideais de liberdade são o que transformarão a Argentina".

Apesar das especulações, Caputo não ficará com a vaga nem indicará o sucessor. Manuel Adorni, atual porta-voz da Presidência e aliado de Karina Milei, foi escolhido para substituir Francos.

A mudança fortalece a irmã do presidente, que amplia sua influência no gabinete. Adorni assume na 2ª feira (3.nov).

O poder de Caputo é alvo frequente de questionamentos. Mesmo fora do primeiro escalão formal, o assessor teria mais influência que muitos ministros. Francos figurava entre os principais críticos desse arranjo.

Em nota, a Presidência afirmou que a escolha por Adorni "responde ao resultado das eleições, à necessidade de renovar o diálogo político e à etapa [do governo] que começa em 10 de dezembro, focada nas reformas estruturais que o país necessita".

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Publicado em 2 de novembro de 2025 às 09:17

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