A Polícia Civil de São Paulo vive uma situação crítica, com salários defasados, déficit de pessoal e estrutura precária, enquanto promessas feitas pelo governador Tarcísio Gomes de Freitas em 2022 seguem sem cumprimento, segundo o Sindpesp. A entidade aponta falta de diálogo e ausência de valorização da categoria.
Entre as promessas não cumpridas está a de tornar a corporação uma das mais bem remuneradas do país. Hoje, São Paulo ocupa o 24º lugar em remuneração, apesar de ser o estado mais rico do Brasil.
"Apesar de o governador ter iniciado seu mandato, em 2023, concedendo reajuste médio de 20% para os policiais - sendo que para delegados, especificamente, o percentual foi bem abaixo disso - os anos de 2024 e 2025 foram marcados por perdas salariais reais, já que a inflação no período superou a única recomposição de 5% ocorrida neste ano. O delegado de Polícia de São Paulo, hoje, tem a 4ª pior remuneração do Brasil", afirma a presidente do Sindpesp, delegada Jacqueline Valadares.
Direitos básicos como hora extra, adicional noturno e auxílio-saúde seguem sem atendimento, reforçando a sensação de descaso com a categoria.
O quadro de pessoal também piorou. Após cair de 17 mil para 13 mil, o déficit voltou a subir e hoje passa de 15 mil profissionais, atingindo de delegados a peritos criminais.
A nova Lei Orgânica da Polícia Civil, prometida para modernizar a instituição, continua em estudo, sem cronograma e sem diálogo com as entidades, o que trava também o plano de carreira.
"Sem entregar uma nova Lei Orgânica que, efetivamente, modernize a estrutura da Polícia Civil, o Governo de São Paulo também não cumpre outra promessa - a de implantar um plano de carreira que assegure não somente a ausência de interferências políticas, mas, sobretudo, o fim da sonegação de direitos básicos aos policiais, como hora extra, adicional por trabalho noturno e auxílio-saúde, por exemplo."
Segundo a entidade, a falta de investimentos e a estrutura precária nas delegacias prejudicam diretamente o trabalho e o atendimento à população.
"Daqui um ano, ocorrerão novamente eleições, e a classe policial paulista ainda aguarda respostas das promessas feitas no pleito passado. Será que essas promessas serão novamente repetidas na próxima campanha?"
Com cinco promessas de campanha voltadas à Polícia Civil e a maioria ainda não cumprida, cresce a insatisfação interna e a pressão sobre o governo estadual na segurança pública.
