Chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 20, o filme "Silvio Santos Vem Aí", estrelado por Leandro Hassum e Manu Gavassi. Ao contrário do que o título sugere, não é um panorama da carreira na TV, mas um recorte de 1989, quando o apresentador e dono do SBT decidiu se candidatar à Presidência da República.

Após o fim da ditadura, o Brasil voltou a eleger diretamente seu representante máximo. Silvio Santos, já um comunicador consolidado, surpreendeu ao entrar na disputa com Fernando Collor, Luiz Inácio Lula da Silva e Leonel Brizola. No longa, a personagem Marília (Manu Gavassi), funcionária de uma agência de publicidade, tem 15 dias para desvendar quem é Silvio e usar sua autenticidade como motor da campanha.
O enredo de "Silvio Santos Vem Aí" leva vantagem em relação a "Silvio", lançado em setembro de 2024 e estrelado por Rodrigo Faro. No filme anterior, a linha condutora é mais sensacionalista: o sequestro midiático da filha Patricia Abravanel (Polliana Aleixo) serve de gatilho para uma autorreflexão do apresentador. Já no novo longa, Silvio aparece quase como coadjuvante, uma figura a ser decifrada em meio à tensão eleitoral.
Essa escolha favorece Hassum, que interpreta um Silvio mais sóbrio, próximo do bastidor, distante do personagem caricato da TV. Faro, por sua vez, precisa viver várias facetas — vítima de sequestro, pai e empresário — e não convence em nenhuma; a própria caracterização, com maquiagem e peruca, atrapalha e beira o ridículo.
Assim como o filme anterior tentava emplacar frases de efeito para exaltar o "comunicador do Brasil", "Silvio Santos Vem Aí" insiste em idealizá-lo como alguém alheio a poder e dinheiro, endeusado por familiares e funcionários. A fórmula cansa e não dá conta das polêmicas do biografado. Ainda assim, quando o assunto é a interpretação de Silvio Santos, a vitória é de Leandro Hassum.

