Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu ao encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump com uma nova rodada de ataques. Nas redes, o deputado classificou a reunião como "humilhação" para o presidente brasileiro, ignorando o esforço do governo para destravar um acordo comercial que alivie as tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Lula e Trump reuniram-se no domingo, 26, em Kuala Lumpur, na Malásia, à margem da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). O presidente brasileiro disse "estar convencido" de que haveria um acordo em poucos dias em relação ao tarifaço americano, enquanto o americano falou vagamente na possibilidade de "trabalhar em acordos" com o Brasil.
"Vocês acham que é minimamente crível atrelar vitória a um regime de exceção sendo publicamente humilhado? Um regime de exceção, que há poucos meses atrás, agia sem prestar contas a ninguém, sem qualquer consequência sobre seus atos?", publicou Eduardo no X.
Ele afirmou ainda que a foto de Lula com Trump só poderia ser considerada vitória se o governo fosse alinhado à direita. No caso de Lula, disse, é "símbolo da sua derrota e pequenez, tendo que se submeter à força inequívoca" de Trump.
"Seria o mesmo que dar vitória ao Bolsonaro por ele ser obrigado a implorar por reunião e ter que tirar foto com Maduro, e ainda sendo obrigado a prestar satisfação dos seus atos e obrigado a falar do seu rival ex-presidente. Já imaginou isso?", escreveu o deputado.
Eduardo voltou a falar sobre as sanções dos Estados Unidos ao Brasil e chamou o governo de uma "tirania liderada por homens medíocres". No debate, foi lembrado que as medidas foram, em boa medida, resultado da articulação do próprio deputado com a Casa Branca.
As relações entre Brasil e Estados Unidos ficaram tensas após Washington elevar tarifas de 10% para 50% sobre produtos brasileiros e sancionar autoridades nacionais em resposta ao julgamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe. O ministro Alexandre de Moraes foi alvo da Lei Magnitsky, e outros magistrados e ministros perderam o visto americano.
Antes do encontro de domingo, Trump comentou brevemente sobre Bolsonaro e disse que "se sente mal" pelo ex-presidente. "Sempre gostei dele, me sinto mal. Ele está passando por momentos ruins", afirmou, e ao ser questionado se o tema entraria na pauta, respondeu: "Isso não lhe interessa."
Nas redes, Eduardo insistiu: "Precisamos aprender diferenciar narrativa de realidade, jornalismo de assessoria. Vocês acham que é minimamente crível atrelar vitória a um regime de exceção sendo publicamente humilhado?"
