Em um ambiente de custos elevados, com carga tributária pesada, gargalos de infraestrutura e juros altos, as empresas brasileiras seguem sob pressão. Entre 2022 e 2024, o lucro líquido somado das 1 000 maiores caiu 25%. Um grupo seleto, porém, nadou contra a maré e elevou ganhos em 19%: são as vencedoras do TOP30 — As Melhores Empresas do Brasil.
O levantamento partiu da análise de um banco de dados com mais de 10 000 companhias. Foram consideradas 2 079 elegíveis, com critérios como publicação de balanços em 2022, 2023 e 2024, patrimônio líquido positivo e receita líquida anual acima de 100 milhões de reais. A avaliação em três anos buscou destacar gestões mais consistentes.
O evento reuniu lideranças do mundo corporativo e reforçou a urgência de medidas estruturais para destravar o desenvolvimento, como equilíbrio das contas públicas, redução de impostos, segurança jurídica e defesa da iniciativa privada. "Percebemos com desgosto que a maioria dos problemas continua exatamente igual", disse Fábio Carvalho durante a cerimônia. "Falta gestão na formação das pautas prioritárias do governo."
Entre as vencedoras, a Sabesp levou a categoria de saneamento e o prêmio de Empresa do Ano. Privatizada em julho do ano passado, a companhia planeja investir cerca de 70 bilhões de reais até 2029 para universalizar água e esgoto nos 377 municípios atendidos — um valor equivalente a tudo o que aplicou ao longo de cinquenta anos como estatal. "Lutamos para fechar essa lacuna da universalização e para trazer dignidade, saúde e valorização ambiental", afirmou Carlos Piani durante a premiação.
Presente à cerimônia, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, destacou o papel do capital privado no crescimento. "Acredito muito no Brasil, porque acredito nas suas forças vivas que são as empresas", disse. Para ele, "o papel do Estado é não atrapalhar os empresários".

