O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que a anulação de três questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ocorreu por precaução e para manter a lisura do concurso. O possível vazamento das perguntas será investigado pela Polícia Federal.

Segundo o ministro, o Enem tem um banco de perguntas que passam por pré-testes com grupos de estudantes. "Segundo as informações que eu tenho, uma pessoa que participou desse pré-teste, divulgou e fez essa fala em uma live", disse em entrevista à TV Educativa do Ceará.
Santana ressaltou que a anulação busca garantir que nenhum candidato seja prejudicado. "O Inep anulou, mas continuam valendo todos os outros 87 itens e também a redação".
Mais cedo, o Inep informou que recebeu relatos de possível antecipação de questões similares às do Enem, o que motivou a decisão preventiva.
Camilo Santana minimizou o caso e afirmou que o Enem foi um sucesso. "O que ocorreu foi que houve ruídos em rede social. E eu determinei ao Inep, de imediato, quando tomei o conhecimento, que apurasse e tomasse as medidas cabíveis", disse.
Investigação de possíveis fraudes no Enem é de competência da Polícia Federal por se tratar de serviço federal de interesse público. O exame é coordenado pelo Inep, autarquia vinculada ao Ministério da Educação.
Para elaborar e corrigir as provas, o Inep utiliza um modelo estatístico que considera as características de cada questão. Por isso, os itens são pré-testados com estudantes antes de integrarem o exame, o que permite calibrar o nível de dificuldade.
Quem participa desses pré-testes tem contato com questões de múltipla escolha que podem aparecer em edições futuras. Os itens aprovados passam a compor o Banco Nacional de Itens, usado na montagem das provas.
O Inep afirma adotar diversas estratégias para calibrar o Banco Nacional de Itens. A anulação pontual de questões, aliada à apuração pela PF, busca assegurar a justiça e a transparência do processo.

