Quando se fala em grandes centros urbanos brasileiros, vêm à mente São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Curitiba. No século XIX, porém, Campos dos Goytacazes também ocupava lugar de destaque. Atualmente, segundo o último censo do IBGE, o município é o quinto mais populoso do estado do Rio de Janeiro, com quase 500 mil habitantes, e o maior do estado em território.
Embora hoje tenha perdido relevância no cenário nacional, no passado Campos exerceu papel importante tanto para o estado do Rio de Janeiro quanto para o antigo Império.
Em 1876, a cidade figurava como a 4ª mais populosa do Brasil, com cerca de 90 mil habitantes, atrás apenas de Salvador, Rio de Janeiro e Recife.
O impulso veio da produção de açúcar, motor econômico da região desde o período colonial. A combinação de terras férteis, acesso ao rio Paraíba do Sul e proximidade do litoral fez do município um grande polo canavieiro.
Durante o século XIX, centenas de engenhos e usinas movimentavam a economia fluminense e atraíam comerciantes, trabalhadores e imigrantes. O açúcar de Campos era exportado para a Europa e os Estados Unidos, consolidando a cidade como centro agrícola do Império.
Essa riqueza, como em boa parte da economia brasileira da época, se apoiou no trabalho escravizado. Milhares de africanos e afrodescendentes trabalharam nos engenhos e nas plantações de cana, sustentando o ciclo do açúcar que enriquecia as elites locais.
Com o tempo, os antigos engenhos foram substituídos por usinas mecanizadas. A cidade foi pioneira no uso de tecnologia a vapor, teve companhias de navegação fluvial, implantou um dos primeiros sistemas de iluminação pública do país e se tornou a primeira cidade da América Latina a receber energia elétrica, em 1883.
Já no século XX, a economia açucareira entrou em declínio. A concorrência de outras regiões, o fim da escravidão e mudanças no mercado internacional reduziram a centralidade de Campos.
Ainda assim, o município manteve relevância como centro regional de comércio e educação, e mais tarde ganhou novo fôlego com a exploração de petróleo na Bacia de Campos, que concentra algumas das maiores reservas do país.
Hoje, Campos dos Goytacazes segue como polo urbano e universitário do norte fluminense. Com quase 500 mil moradores, é o quinto município mais populoso do estado e o maior em extensão territorial.
