Às vésperas do julgamento de recursos no Supremo Tribunal Federal (STF), previsto para começar nesta sexta-feira (7), Renato Bolsonaro passou três dias ao lado do irmão Jair em Brasília. Foi um raro encontro desde que o ex-presidente foi colocado em prisão domiciliar em 4 de agosto, mantida após a condenação a 27 anos e três meses, em 11 de setembro, por liderar uma tentativa de golpe de Estado.
Renato relatou um quadro de altos e baixos: crises de soluços e variações de humor. No primeiro dia, Jair contou piadas e se mostrou animado, sem desconforto. No seguinte, a crise de soluços voltou, mas com menor intensidade do que em meses anteriores. Ele lembrou a internação de setembro, quando houve vômitos e queda de pressão. Segundo o relato, o ex-presidente segue rotina de medicamentos prescritos, dieta com suplementos e exercícios na área externa, além de remédios caseiros que ele mesmo experimenta com otimismo.
No campo jurídico, o STF avalia a possibilidade de transferência para o regime fechado, no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Aliados de Bolsonaro têm reforçado o argumento de fragilidade física para defender a manutenção da prisão domiciliar, enquanto o julgamento dos embargos declaratórios pode definir o próximo passo da pena.
"Tentei não falar nada desse assunto de recursos. Muito desagradável. Gostei de ver meu irmão, estava há mais de 90 dias sem vê-lo. A situação dele é muito delicada, não é fake news", disse Renato sobre o encontro.
"É um quadro complicado, toma medicamento contínuo. Mas, dentro do possível, até que está esperançoso. Vi ele tomando tipo medicamento popular, produto caseiro, que diz que é bom. Tudo que vai ajudar é bem-vindo", acrescentou.
Paralelamente à visita, Renato circulou por Brasília e se reuniu com Valdemar Costa Neto, presidente do PL, que o convidou a disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2026, mesclando agendas familiares e articulações políticas.
