Jair Bolsonaro está descrito por quem o visita na prisão domiciliar como tomado por "isolamento total" e profundo abatimento. As conversas recentes revelam um ex-presidente deprimido e dominado por uma visão pessimista sobre o próprio futuro.
Segundo esses relatos, ele admite aos mais próximos que sua ida para um presídio em regime fechado deve ocorrer em semanas e que a situação será humilhante. Em voz baixa, o líder extremista repete que apenas um "milagre" o livraria disso, mas reconhece que não espera por esse "milagre".
Ao se alongar, Bolsonaro confessa que não consegue se ver na posição atual, sem poder vocalizar as falas incendiárias que mobilizam seus seguidores. Diz sentir-se "como num aquário", distante da vida política e da disputa de poder.
Em raros momentos de esperança, ele menciona a anistia, mas logo admite que o projeto está parado, sem perspectiva de avançar ou ter efeito prático.
Os relatos também apontam que o golpista condenado chora com frequência, o que agravaria seus soluços, além de apresentar sonolência persistente. Reitera estar "inconformado" com a prisão que se aproxima.
A possibilidade de transferência para o Complexo Penitenciário da Papuda o assusta. Ele teme o que pode acontecer dentro do sistema prisional, ainda que deva permanecer em pavilhão separado, com cela individual e algumas regalias.
